[RS] Níveis mais altos da classificação viária no RS

Acho que o ponto principal é:
talvez não existiria motorway “pura” no Brasil inteiro, se não puder haver nenhuma distorção do padrão “puro”.
Então tem que adaptar ao mais próximo da realidade.

Mais ou menos vale o mesmo para todo o princípio OSM de classificação de todas as highway=* :
indica adaptar a hierarquia a um “grau de importância sucessiva”.
Não considerar “cegamente” uma classificação física que em última análise seria apenas “arbitrária”.
É importante a classificação física de modos gerais. Mas continua sendo arbitrária. Dá distorções. Precisa adaptar a cada país.

Eu não entendi a que ponto tu quisestes chegar. Estás falando de distorções cartográficas? Enfim… parece que o Texas teria uma densidade populacional parecida ao nosso estado. A título de comparação, e supondo que a classificação deles já esteja suficientemente consolidada, acho que vale um estudo da classificação daquele estado dos EUA.

O que você pediu (uma estatística da densidade viária da malha trunk) é algo bem difícil de confeccionar, por isso eu elenquei exemplos que podem ser observados facilmente no mapa do OSM. Mas no mesmo nível de ampliação, a projeção de Mercator produz escalas diferentes conforme a latitude, por isso é necessário citar o fator de escala ao usar o site do OSM pra comparar lugares diferentes no planeta. Se você quiser, pode tirar um print screen do mapa, jogar num editor de imagens, e aplicar o escalamento inverso (ex.: 80% para um mapa que está com fator de escala de 125%) pra produzir mapas comparáveis na mesma escala.

Além disso, é concedida (tem pedágios). Em alguns países (ex.: Japão), a existência de pedágios afeta (eleva) a classificação da via. Eu também acho que deve ser primary essa rota, mas o pedágio pode ser algo interessante a considerar.

A classificação funcional oficial de Minas Gerais eleva a classificação da MG-050, que também é concedida. É o caso mais notório de diferença entre a classificação funcional real e a aproximação dela que eu propus com base em jurisdição e situação.

Ela é conectada a RN9, no Uruguay, que é trunk, e muitos que vão a Punta del Este e Montevidéo preferem essa rota do que a de Jaguarão.
E discordo da baixa velocidade, é apenas em alguns pontos bem específicos, é uma via que todos os que trafegam nela andam normalmente a 100km/h (isso quando não excedem essa velocidade).

À primeira vista, parece que poderia ser descrito como “eliminar as ligações mais curtas” pra diminuir a complexidade visual do mapa. Mas isso pode ser problemático porque levaria as pessoas a crerem que o melhor seria fazer voltas bem maiores pra realizar certos trajetos longos.

Objetivo ou não, qual seria a sua real motivação pra eliminar esses segmentos?

Embora em um primeiro momento eu achasse que a 293 deveria ser trunk até Quaraí, agora eu discordo, creio que deva ser trunk somente até Santana do Livramento, entre Santana do Livramento e Quaraí deve ser primary, as cidades de Quaraí e Artigas juntas não somam nem 80 mil hab, e do lado uruguaio tanto a RN 30 quanto a RN 4 não são tão expressivas assim.

Não acho que deva ser visto como uma eliminação de segmentos, apenas rebaixar a classificação para primary onde não se encaixa como trunk, nem tudo é trunk, e segmentos menos utilizados como Santana do Livramento-Quaraí, Bagé-Aceguá e Osório - São José do Norte não se encaixam como trunk, a meu ver.

Não acho que deva ser visto como uma eliminação de segmentos, apenas rebaixar a classificação para primary onde não se encaixa como trunk, nem tudo é trunk, e segmentos menos utilizados como Santana do Livramento-Quaraí, Bagé-Aceguá e Osório - São José do Norte não se encaixam como trunk, a meu ver.

Não creio que isso possa fazer alguém mudar de rota, uma primary é sempre uma boa opção de rota, já uma secondary pode não ser.

Retiro do conjunto se for essa a opinião da maioria, claro. Mas duas coisas a considerar: a rota está na sua maior parte em bom estado, e é a melhor rota entre Bagé e Uruguaiana.

Me expressei mal. Quis dizer que eliminaríamos do conjunto que estamos considerando o das rodovias principais, o da discussão atual.

Hm, Bagé - Aceguá faz parte da rota Santa Cruz do Sul - Bagé - Montevidéu.

Osório - São José do Norte é interessante. Existe uma balsa entre São José do Norte e Rio Grande. Se aceitarmos trajetos por balsa, o trecho Osório - Rio Grande fica 92 km mais curto (22% menor). Google Maps e Here.com ambos indicam que esse trajeto também costuma ser o mais rápido. Consequentemente, também fica mais rápida e mais curta a rota Rio de Janeiro - São Paulo - Curitiba - Joinville - Florianópolis - Criciúma - Rio Grande.

O Flávio (fbello), bem como outros que estão preocupados com o funcionamento dos seus GPSs, defende que procuremos respeitar a expectativa do GPS de calcular rotas que passem por níveis crescentes e depois decrescentes de classificação ao longo das rotas entre origens e destinos quaisquer. Embora isso seja quase impossível de satisfazer matematicamente em todos os casos, em geral se espera que esteja assim pras rotas mais longas. Daí se estiverem faltando esses segmentos, os GPSs que usarem a hierarquia como heurística vão recomendar algumas rotas dando voltas longas desnecessárias, e os que não usarem como heurística vão produzir rotas com classificação que oscila ao longo da rota (ao invés do padrão esperado crescente próximo à origem e decrescente próximo ao destino).

Pode ser, mas teríamos que confirmar que a razão para usar esta rota é a mesma rota, e não ir a Chuy e comprar nas free shops.

Há alguns meses, quando usei pela última vez, a vegetação estava no limite do asfalto. Não há espaço para manobras em caso de imprevistos, como animais pulando no asfalto (não há como vê-los antes) ou motoristas imprudentes.

O tráfego entre as duas cidades é significativo? Uma das duas cidades serve de referência para outra? Porto Alegre é referência para as duas por ser capital, ou seja, o trânsito entre essas cidades e a capital é relevante, mas entre elas o trânsito é relevante?
Vejo estas duas cidades como muito distantes para por si só justificarem um trunk entre elas, mesmo que ambas tenham população de mais de 100 mil hab, e também não é um trecho de ligação relevante a nível internacional.

Uma alternativa é usar o KDE Marble pra explorar o mapa do OSM. Só precisa verificar se a altitude está igual nos lugares observados.

Fiz um álbum com capturas das regiões que eu citei antes vistas no Marble a 218 km de altitude, todas com a mesma escala e a menor distorção possível (projeção paralela a partir da esfera do planeta com centro no meio da área observada).

Depende do que consideraremos significativo. Você está argumentando então a favor da classificação conforme o volume de tráfego médio? Certamente a rua residencial onde eu moro tem mais tráfego médio do que muitas rodovias importantes, e tem vias residenciais em Porto Alegre com bem mais tráfego.

Bem poucas BRs são relevantes a nível internacional. O wiki diz que as trunks são as estradas (incluindo as pavimentadas, que chamamos de rodovias no Brasil) mais importantes no sistema de um país que não são motorways. Se você for selecionar somente as que têm relevância internacional, ficará de fora do sistema trunk a maior parte das rodovias federais.

Estou tentando agrupar critérios lógicos e objetivos para determinar as rotas mais importantes. Até agora, consegui reunir os seguintes, com base na discussão:

  1. As cidades com mais de 100 mil habitantes devem estar conectadas entre si, formando uma malha inicial.

  2. Os principais pontos de fronteira devem estar conectados com a malha.

  3. Algumas cidades estão conurbadas (ou quase) com outras, formando um aglomerado com população significativa, que deve estar conectado à malha.

  4. Algumas cidades altamente turísticas têm uma população efetiva (ainda que transiente) bem maior do que a população oficialmente registrada, e isso deve ser levado em consideração (no RS, esses locais são, basicamente, o litoral norte e Gramado-Canela).

  5. Os centros regionais de importância (a maior cidade da região) devem estar conectados à malha, ainda que não atinjam a população de 100 mil. Creio que um corte de 50 mil seja adequado, nesse caso. Isso incluiria, por exemplo, Ijuí e Santa Rosa.

Algum outro critério objetivo para incluir na lista?

Só para registro aqui também:
Fazendo uma comparação visual como a do Fernando, só simples, colocando numa imagem só os mapas abaixo para visualizar mais imediato (+/- tá bem na escala).

O que se percebe numa simples olhada:
-Na Inglaterra, tirando as motorway, se vê um certo excesso de trunks, até 1 cada 20x20km (somando motorway + trunk na grande Londres, aí dá muito excesso mesmo, 1 cada 5x5km, acho exagero).
-França aparece mais normal, só aparecem mais as motorway (que já são as mais importantes, equivalente a trunk “especial”)

Mas tirando o que possam ser exemplos de excessos, significa que a gente no RS (e Brasil) poderia com tranquilidade ter mais trunks mesmo.

Então acho que dá pra tomar o último esquema do Fernando (por população etc), nem precisa fazer corte nenhum (como pensei em sugerir), já estaria bom assim mesmo como tá, a princípio geral.
Todas aquelas no RS poderiam ser trunk mesmo (ficando primary somente aquelas que se achar que tem que deixar de fora, tipo as que “atrapalhem” roteamento.).

Mesmo assim ficaríamos longe do exagero da inglaterra de 1 trunk cada 20km. (Que neste caso não faz diferença ser uma país com mais expressão econômica: 1trunk cada 20km é demais mesmo. Mas isto é com os ingleses. Pra nós acho que serve pra ver que não teríamos excesso).

Ou seja, já ficaria num nível bom.
Eu acho.

Eu acho que tem que ter critério. Só encher de trunk para o mapa ficar bonitinho não tem sentido. A Inglaterra é um exagero. A França está correta, mas olha a densidade populacional. A França tem 67 milhões de habitantes em 644 mil km² (104/km²). O RS tem 11 milhões em 282 mil km² (40/km²). Ou seja, a densidade populacional da França é 2,6 vezes a do Rio Grande do Sul. Espera-se que a densidade de estradas também seja maior. Se pegar o PIB, o da França é US$2465 bi (US$3829 mil/km²), e o do RS é US$55 bi (US$195 mil/km²). O da França é quase 20 vezes o do RS por km², o que significa que sobra bem mais dinheiro para investir em estradas. Se ponderar esses valores, dá para ter uma ideia de por quê é normal que a França tenha mais trunk que o Rio Grande do Sul.

Eu tenho um pouco de receio em relação a essa ideia porque no OSM nós evitamos mapear fenômenos transientes. Mas entendo que regiões turísticas têm um movimento periódico, previsível, e provavelmente mensurável (podemos obter estatísticas pra afirmar que cidade X ou Y atrai tanta gente no inverno ou no verão ou no Natal ao ponto de ser comparável com city), então talvez não seja um problema. O mesmo argumento pode se aplicar a outros pontos importantes, como portos e aeroportos.

Seguindo a ideia de que trunk conecta city e primary por extensão conectaria town, todo o litoral norte e a região de Gramado-Canela já estariam cobertos pela malha primary. Gramado e Canela, bem como a ERS-239 (que eu sei que você quer incluir porque é duplicada) têm vias concedidas/pedagiadas, que pode ter relação com essa outra ideia.

Com os outros 4 pontos eu concordo, sem dúvidas.

Como você explica a densidade de trunks no Peru e na Argentina, então? Ou, dentro da Europa, de países como Espanha, Polônia, România?

Eu acho que, se for olhar pelo lado do PIB, vamos acabar apagando do mapa todos os países mais pobres. Daí só vão sobrar cidades desconectadas. No OSM, esse é o caso do Congo, mas dê uma olhada na Nigéria. Aqui eu já estou comparando com lugares onde o HOT pode ter chegado ou não, mas dê uma olhada nos mapas comerciais nessas regiões.

A densidade populacional é um fator que contribui pra densidade, mas tem outros dois: a distribuição da população (mais urbana, ou mais rural) e a distribuição espacial dos centros urbanos (mais concentrado em poucas cidades grandes como na França, ou menos concentrado em várias cidades de porte médio como nos Estados Unidos).