Motorways (autoestradas) vs trunks (expressas) vs primárias rurais

Só para recapitular um pouco, não sei se os que participaram da discussão anterior se lembram ou se os que estão participando agora leram tudo o que foi concluído, mas a classificação naquela época foi feita pensando bastante nas definições do DNIT e dos outros mapas (ou pelo menos tentou-se chegar nisso).

Acontece que “trunk” é algo estranho que não tem nesses mapas: ou está definida uma via duplicada ou apenas uma via pavimentada.
Usaríamos motorway ou apenas primary se fossemos utilizar isso estritamente (tanto é que sugeriram não usar trunk no Brasil).

Como trunk é uma via de grande fluxo, diferenciamos a segunda parte: vias pavimentadas com grande capacidade de fluxo.
Vias pavimentadas e que possuam grande capacidade de fluxo no Brasil são as vias com ≥ 2 faixas por sentido, mesmo sem duplicação (note que uma via com 1 faixa por sentido que esporadicamente possui uma terceira faixa ainda é considerada como 1 faixa).

Então até aqui temos 2 definições do DNIT mapeadas em 3 do OSM:

  • pavimentada, via duplicada → motorway

  • pavimentada, ≥ 2 faixas por sentido → trunk

  • pavimentada, 1 faixa por sentido → primary

Depois sobram 2 definições do DNIT (via implantada e leito natural) para 3 do OSM (secondary, tertiary, unclassified).
Na época definimos que vias de leito natural seriam as unclassified e vias implantadas (também sem pavimentação) seriam tertiary.

Da mesma forma como anteriormente, sobrou uma classe no OSM (secondary) e foi pensado em algo que poderia ajudar os motoristas: diferenciar vias pavimentadas que não tem acostamento (secondary) das que possuem (primary).
Alguém olhando o mapa poderia então planejar uma viagem por vias melhores:

  • pavimentada, via duplicada → motorway

  • pavimentada, ≥ 2 faixas por sentido → trunk

  • pavimentada, 1 faixa por sentido, com acostamento → primary

  • pavimentada, 1 faixa por sentido, sem acostamento → secondary

  • sem pavimetação, implantada → tertiary

  • sem pavimetação, leito natural → unclassified

Esse é o resumo do que são e como foram definidas as classificações atuais.

Talvez existam dúvidas ou problemas por termos 6 classes para classificar apenas 4 tipos de vias.

O problema é que nem todas duplicadas são motorways.

Maioria nao e, geralmente duplicado deve ser trunk

E para quem acha que é só a gente (Brasil) que discute isso: http://forum.openstreetmap.org/viewtopic.php?id=25490 :slight_smile:

Então nossos vizinhos não classificavam suas vias de uma forma tão bem pensada quanto eu achava que classificavam. :stuck_out_tongue:

De fato, mas ser duplicada não é o único critério, é necessário ter alta velocidade (80km/h ou mais) na maior parte do percurso, e baixa velocidade (60km/h ou menos) em duplicadas geralmente só ocorre em área urbana, que foge ao contexto dessa discussão aqui.

O que estou questionando é que, pela classificação do naoliv, todas as duplicadas seriam motorway. Acredito que a maioria não concorde com isso.

Motorway geralmente também tem alto velocidade dentro area urbana, protegido com paredes, cercas, ou outros formas para evitar pedestres, bicicletas entre outros e tem restrições contra veicules lentos (maquinas de agricultura ou similares). Se não ha estes características, considera trunk

+1

Concordo. Motorways sempre têm alta velocidade, tanto em zona rural como urbana. É justamente o conjunto de mecanismos de proteção e restrição de acesso que permite que isso aconteça. Já as trunks, que não têm esse tipo de restrição (ou têm em grau bem menor), podem ter alta velocidade na zona rural, mas obrigatoriamente precisam ter velocidade menor em zona urbana.

A gente está discutindo a classificação apenas na área rural ou também na urbana?

Motorways e trunks em qualquer área, primárias somente na área rural. É o que eu pretendia (e por isso escrevi o título do tópico dessa forma).

Eu acho que a classificação urbana (exceto motorways e trunks) é um assunto bem diferente e merece outro tópico.

Pra mim era tudo apenas em área rural (entendam todas minhas opiniões, portanto, como exclusivas das áreas rurais)

Você acha que os critérios para motorway e trunk seriam diferentes em área urbana?

Eu acho que os critérios para motorway devem ser os mesmos em áreas urbanas e rurais, porque os requisitos de “isolamento” de uma motorway permitem alta velocidade em qualquer lugar. Para trunk e primary (e secondary, tertiary, etc.), eles devem ser diferentes.

O que mudaria para trunk em áreas urbanas? Eu estava entendendo que trunks urbanas seriam:

  • vias de alta velocidade, mas que não são motorways; ou
  • trechos urbanos que interligam trunks rurais, mesmo em baixa velocidade (pela necessidade de não se alternar demais a classificação de uma via)

Esse seu outro post responde a minha questão: trunks urbanas seriam vias que passam por dentro da cidade que não são interrompidas, mas que não se qualificam como motorways. Nesse caso interrupção seria semáforo ou placa de pare mas não cruzamento em nível, certo?

A questão da velocidade é importante, mas não deve ser o critério decisivo para a classificação de uma via. Mesmo uma trunk pode ter a velocidade máxima reduzida, para diminuir o risco de acidentes em algumas situações, como, por exemplo, em zona urbana ou em curvas acentuadas. Em zona rural, uma trunk é uma via duplicada que não é motorway. O que muda em área urbana é a velocidade máxima permitida, que pode ser mais baixa. Entretanto, uma trunk continua tendo que ser duplicada e continua sendo uma via para grande vazão de veículos. Isso pode significar que, em Porto Alegre (mas não em Portão ou Farroupilha), ela deva ter no mínimo três faixas em cada sentido, ao invés de duas (critério a ser discutido).

Acho que esse critério das 3 faixas produziria um resultado semanticamente muito ruim. Ele daria importância a vias relativamente irrelevantes (ex.: avenida José Aloísio Filho e avenida José Pedro Boéssio) sem dar a mesma importância a vias bem mais importantes e interessantes para o tráfego (ex.: trecho inicial da avenida Assis Brasil e a avenida Farrapos). Além disso, ninguém usa highway=trunk para vias urbanas, somente se usa para vias que fazem parte do sistema intermunicipal. [1] [2] [3]

[1] http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Highway:International_equivalence
[2] http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Highway_Functional_Classification_System
[3] http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Tag:highway%3Dtrunk

E além disso, a necessidade de mudar de critério por local significa pra mim que não estamos usando as características mais fundamentais (aquelas que são, de fato, a definição de trunk, primary, etc.) e, portanto, estamos usando os critérios errados.

Isso tocou num ponto interessante: a classificação funcional, citada no segundo link de #107. O ponto de vista aí é completamente diferente, e não depende de características da rodovia, mas sim da sua função. É isso que nós queremos? Uma classificação puramente funcional? Ou queremos uma classificação baseada estritamente nas características da rodovia? Ou queremos um meio-termo? Realmente, a questão de três faixas ao invés de duas iria gerar distorções sérias, e não deve ser usada. Para não usar critérios diferentes, acho que a velocidade máxima não deveria ser um critério de classificação. Temos a tag maxspeed para isso. Só precisamos usá-la mais.

Os diversos países tendem a tentar aproximar a classificação das vias à classificação oficial. Aqui no Brasil, o critério de estrada federal, estadual ou municipal não faz muito sentido, pois há muitas estradas estaduais bem melhores que muitas estradas federais. Entretanto, há, em todas as referências oficiais, uma divisão clara entre estradas duplicadas, pavimentadas e não pavimentadas, que creio que possamos utilizar. É uma classificação oficial que tem relação direta com a qualidade da estrada e a sua capacidade de fluxo. As estradas federais e estaduais ligam municípios, geralmente passando por zona rural e urbana. Já as municipais são estradas para trânsito dentro do município ou, no máximo, até um município vizinho (e são muito mais numerosas, visto que qualquer rua ou beco é municipal).

Tendo em vista a preocupação de não usar trunk para vias urbanas (que não é bem assim, mas eu acho que entendi o sentido), proponho que utilizemos motorway e trunk apenas em vias duplicadas que sejam parte de rotas federais ou estaduais (incluindo os seus trechos urbanos). Isso eliminaria as avenidas municipais duplicadas da lista, a menos que elas sejam usadas como parte de uma rota estadual ou federal. Isso evita o problema de roteamento em longa distância, mencionado em outro lugar, e evita que se encha as cidades de trunk.