O meu entendimento nesta proposta sempre foi priorizar a classificação mais alta.
Limitações no acesso é quando a via tem poucos acessos diretos das vias locais. Em geral usando uma via coletora paralela. Eu comentei sobre isso nos exemplos neste post aqui.
No Ministério dos Transportes, tanto os mapas [http://www2.transportes.gov.br/bit/02-rodo/mapas-rodo.html] quanto a lista de rodovias e respectivos trechos [http://www2.transportes.gov.br/bit/02-rodo/loc-rodo.html] utilizam a classificação: Duplicada - Pavimentada - Implantada - Leito Natural. Há, inclusive, para cada rodovia, a lista e classificação de cada trecho, de modo que é muito fácil identificar quais trechos estão duplicados e quais não estão (caso alguém tenha dúvida, basta consultar a lista do MT). Vários outros mapas (Guia 4 Rodas, etc) utilizam a duplicação das rodovias como um critério para classificá-las. Facilitaria bastante se a classificação usada no OSM fosse compatível com a do MT. Para estradas asfaltadas, há duas possibilidades: Duplicada ou Pavimentada. A minha sugestão é que todas as rodovias duplicadas sejam motorway e trunk, e todas as rodovias pavimentadas sejam primary e secondary.
As rodovias “duplicadas” têm divisão central (canteiro ou algum outro tipo de obstáculo). Para diferenciar entre motorway e trunk, concordo com o Fernando em utilizar o critério de não haver cruzamentos em nível nas motorway e haver cruzamentos em nível nas trunk (cruzamentos incluem retornos que obrigam o motorista a atravessar a via em nível, mas não retornos que apenas contornam o canteiro central).
As rodovias “pavimentadas” não têm divisão central. Para diferenciar primary de secondary, deve-se considerar que o trânsito deve fluir melhor na primary que na secondary. Creio que uma primary deva ter, no mínimo, acostamento largo o suficiente para estacionar um veículo (já vi acostamentos com menos de 1m, o que não deveria contar) ou duas (ou mais) pistas por sentido (nesse caso, seria possível, numa emergência, parar o carro na pista da direita, sem bloquear o trânsito). Uma rodovia pavimentada com uma pista por sentido e sem acostamento (ou com acostamento estreito) deve ser classificada como secondary. Pode-se discutir, ainda, a possibilidade de, na região Norte ou em locais onde a presença de estradas asfaltadas é rara, as estradas “implantadas” largas e de boa qualidade serem classificadas como secondary (mas não primary).
As rodovias “implantadas” podem ser classificadas como tertiary. Essas têm solo compactado e largura suficiente para dois veículos se cruzarem em direções opostas. Como mencionado, pode-se discutir a possibilidade de algumas rodovias “implantadas” serem classificadas como secondary.
As rodovias em “leito natural” podem ser classificadas como unclassified. Essas têm solo não compactado ou são muito estreitas, exigindo que os veículos se desloquem para o lado e reduzam a velocidade para conseguirem se cruzar, o que pode não ser possível ao longo de toda a estrada.
Creio que esse critério acaba com as ambiguidades entre motorway, trunk e primary.
Em relação ao número de faixas de estradas não-pavimentadas, elas não existem. Não há marcação de faixas em estradas de terra e o acostamento se confunde com a estrada. Geralmente se dirige no meio da estrada ou no lado que estiver em melhores condições, se deslocando para o lado direito quando um veículo se aproxima na direção oposta.
Sim. Obrigado pela inspiração. Fui buscar a informação no MT por causa da tua mensagem. Realmente, a diferença é nas trunk. Como “duplicada” pode ou não ter cruzamento em nível, acho que faz sentido usarmos duplicada = motorway ou trunk (sendo o inverso também verdadeiro, para acabarmos com as ambiguidades).
Só pra ilustrar as diferenças entre motorway e trunk, vou contar sobre a obra realizada na via EPTG aqui de Brasília.
Esta via sempre foi de grande importância porque liga o centro a Taguatinga, cidade satélite que foi fundada um ano antes de Brasília.
Quando eu me mudei pra cá, ela possuía pistas separadas, sendo cada pista com mais de uma faixa, duas passarelas de pedestres e um grande fluxo de veículos.
O que foi feito na obra:
criaram pistas marginais, com duas faixas cada
acrescentaram faixa exclusiva de ônibus nas pistas centrais, além de acostamento
mais oito passarelas de pedestres e uma passagem subterrânea
dois viadutos novos e expansão das pistas nos viadutos antigos
correção das faixas de aceleração e desaleração
eliminaram todos os cruzamentos e semáforos
Ou seja, a diferença de motorway para trunk não é tão sutil quanto vocês pensam!
Só para recapitular um pouco, não sei se os que participaram da discussão anterior se lembram ou se os que estão participando agora leram tudo o que foi concluído, mas a classificação naquela época foi feita pensando bastante nas definições do DNIT e dos outros mapas (ou pelo menos tentou-se chegar nisso).
Acontece que “trunk” é algo estranho que não tem nesses mapas: ou está definida uma via duplicada ou apenas uma via pavimentada.
Usaríamos motorway ou apenas primary se fossemos utilizar isso estritamente (tanto é que sugeriram não usar trunk no Brasil).
Como trunk é uma via de grande fluxo, diferenciamos a segunda parte: vias pavimentadas com grande capacidade de fluxo.
Vias pavimentadas e que possuam grande capacidade de fluxo no Brasil são as vias com ≥ 2 faixas por sentido, mesmo sem duplicação (note que uma via com 1 faixa por sentido que esporadicamente possui uma terceira faixa ainda é considerada como 1 faixa).
Então até aqui temos 2 definições do DNIT mapeadas em 3 do OSM:
pavimentada, via duplicada → motorway
pavimentada, ≥ 2 faixas por sentido → trunk
pavimentada, 1 faixa por sentido → primary
Depois sobram 2 definições do DNIT (via implantada e leito natural) para 3 do OSM (secondary, tertiary, unclassified).
Na época definimos que vias de leito natural seriam as unclassified e vias implantadas (também sem pavimentação) seriam tertiary.
Da mesma forma como anteriormente, sobrou uma classe no OSM (secondary) e foi pensado em algo que poderia ajudar os motoristas: diferenciar vias pavimentadas que não tem acostamento (secondary) das que possuem (primary).
Alguém olhando o mapa poderia então planejar uma viagem por vias melhores:
pavimentada, via duplicada → motorway
pavimentada, ≥ 2 faixas por sentido → trunk
pavimentada, 1 faixa por sentido, com acostamento → primary
pavimentada, 1 faixa por sentido, sem acostamento → secondary
sem pavimetação, implantada → tertiary
sem pavimetação, leito natural → unclassified
Esse é o resumo do que são e como foram definidas as classificações atuais.
Talvez existam dúvidas ou problemas por termos 6 classes para classificar apenas 4 tipos de vias.
Então nossos vizinhos não classificavam suas vias de uma forma tão bem pensada quanto eu achava que classificavam.
De fato, mas ser duplicada não é o único critério, é necessário ter alta velocidade (80km/h ou mais) na maior parte do percurso, e baixa velocidade (60km/h ou menos) em duplicadas geralmente só ocorre em área urbana, que foge ao contexto dessa discussão aqui.
Motorway geralmente também tem alto velocidade dentro area urbana, protegido com paredes, cercas, ou outros formas para evitar pedestres, bicicletas entre outros e tem restrições contra veicules lentos (maquinas de agricultura ou similares). Se não ha estes características, considera trunk
Concordo. Motorways sempre têm alta velocidade, tanto em zona rural como urbana. É justamente o conjunto de mecanismos de proteção e restrição de acesso que permite que isso aconteça. Já as trunks, que não têm esse tipo de restrição (ou têm em grau bem menor), podem ter alta velocidade na zona rural, mas obrigatoriamente precisam ter velocidade menor em zona urbana.