Acho que faz quase nenhuma diferença pra quem usa e/ou atravessa a via. Faz mais diferença para quem planeja o sistema rodoviário porque acaba limitando um pouco a capacidade máxima da via e porque tem mais chance de acidentes (comparado com motorways bem projetadas, com longas faixas de aceleração e desaceleração nas suas entradas e saídas).
De qualquer forma, uma capacidade menor pode indicar que a via é menos “importante” porque comporta menos tráfego.
Pra pedestres e ciclistas, tanto motorways quanto trunks (independente da definição) são particularmente difíceis de usar e de atravessar. Pra eles provavelmente o maior fator nem é a classificação da via e sim o tipo de separação central (defensas e muretas tornam a travessia muito perigosa). Pelo menos em motorways essa travessia poderia ser feita num nível separado, mas os entroncamentos costumam estar tão distantes um do outro que não sei se realmente faz muita diferença (se estariam dispostos a andar tanto só pra atravessar a via).
Essa questão do risco de acidente eu considero o ponto principal! Viajar numa rodovia como a Dutra (Rio-São Paulo) é muito mais seguro do que viajar em uma pista com algum tipo de cruzamento.
Sobre a questão de retorno em nível, estes são muito comuns em motorways no Reino Unido (acabei de passar por uma esta semana). Retorno em nível não é um cruzamento, os veículos que retornam não cruzam com os veículos da principal. Eles acessam a via por faixas separadas, exatamente como se fosse uma alça de viaduto.
Portanto não vejo porque um retorno em nível desclassificaria uma via como motorway.
Bem, vamos discutir sobre as condições que diferenciam as trunks neste outro tópico e, quando tivermos chegado a uma decisão mais concreta, daí voltamos pros casos particulares no RS.
Sim. Exatamete estruturas como essa. Uma motorway é uma via expressa, e não comporta esse tipo de cruzamento, atravessando a rodovia inteira. É exatamente essa a diferença entre motorway e trunk. A BR-116, entre Porto Alegre e Novo Hamburgo tinha dois cruzamentos: a Unisinos e o acesso a Sapucaia do Sul. O primeiro já foi resolvido e o segundo está em construção (não passei lá hoje; talvez esteja pronto :)). Assim, a BR-116 é motorway, visto que é impossível (se bem que tem louco para tudo) atravessá-la de carro. A RS-240/RS-122 é bem diferente, tendo muitos pontos onde o cruzamento de vias existe.
O limite de tamanho de 300km é surreal. Talvez faça sentido na Amazonia, mas a Serra Gaúcha inteira não tem 300km. Concordo em não ficar mudando de classificação a cada 200m, mas a ligação entre Caxias do Sul e Farroupilha É uma trunk. Eu passo nela quase toda semana. Ela conecta quatro cidades com um total de 200 mil habitantes a uma cidade com mais de 400 mil. É duplicada, com canteiro central e é um alívio quando entro nela, pois finalmente posso passar a tripa de caminhões que fica trancando a rodovia de Bento a Farroupilha. Não concordo com colocar comprimento mínimo de via para trunk, a menos que seja algo da ordem de 1 km ou menos. Mesmo assim, sou contra formalizar esse limite e acho que devemos usar o bom senso.
O bom senso de quem? Está muito claro que cada pessoa tem um “senso” bem diferente, você não pode achar que só o seu senso é “bom”.
O que cada pessoa tem na verdade são premissas diferentes. Ninguém definiu o que é trunk direito, e o que eu gostaria é de tentar definir. Uma vez feito isso podemos começar a discutir as situações particulares em que fugir da definição seria “bom senso”. Mas vamos discutir sobre isso no outro tópico, e aqui somente coisas relativas ao RS (só faz sentido continuar a discussão sobre o RS quando a discussão no outro tópico chegar a conclusões sólidas).
Rebaixei a classificação de trunk na BR-386 entre Fazenda Vilanova e Estrela, que não é duplicado, nem será em breve, e que tem apenas 1 faixa/sentido, com acostamento.
Vou olhar amanhã em detalhe. Mas tem coisas que não fecham exatamente com o que andamos discutindo no OSM.
Estou repensando as trunks de Caxias do Sul. Eu não concordo que os trechos urbanos (em Caxias e em Farroupilha) possam ser classificado como trunk, mesmo que apresentem as mesmas estruturas que o restante da via. São trechos de baixa velocidade e que funcionam como arteriais urbanas, que normalmente são primary. Se você quiser deixar os trechos não-urbanos (onde começa a alta velocidade) como trunk, ok, mas dentro da cidade não faz sentido pra mim. Faria se fossem de alta velocidade ou se se conectassem a outras trunk/motorway. E na verdade incluir esses trechos na classificação como trunk também não está de acordo com o atual fluxograma.
Sob esse critério, também seria trunk (ou melhor, motorway, por continuidade com o resto da via) a avenida Zaida Jarros desde o início da avenida dos Estados, apesar da baixa velocidade máxima.
Sim. Há dois semáforos perto do Mart Center. Não medi o tempo deles, mas ficam muito tempo abertos e pouco tempo fechados para quem transita na rodovia. As trunk podem ter semáforos.
Quanto à Avenida Zaida Jarros, quando estou chegando em Porto Alegre, tenho a sensação que a via expressa termina ao chegar no Viaduto Leonel Brizola. Não sei se é por causa das obras. Na saída, a sensação é de que, quando dobro à direita da Edu Chaves para a Avenida Zaida Jarros, a via expressa começou. Olhando o mapa, vejo que existem alguns acessos diretos entre a Avenida dos Estados e a Avenida Zaida Jarros, mas as entradas e saídas parecem ser tangentes à pista. Pela capacidade de fluxo de veículos eu acho que seria, sim, trunk ou motorway (ela parece estar no limite entre os dois).