Transporte público em Porto Alegre

Me corrija se eu estiver errado.

  • paradas: obra derivada do PoaTransporte (entende-se EPTC/PMPA)
  • numeração das vias: obra derivada (não vem no mesmo formato) do GEOLAB/UFRGS (e ninguém ainda respondeu aquele meu e-mail…)
  • geometria das vias: não será importada, já existe no OSM
  • geometria das rotas: não será importada diretamente, será usada para atribuir às vias do OSM os pedaços de cada rota; esse trabalho à princípio é obra do PoaTransporte (EPTC/PMPA) implementada com o sistema do Google, não é obra do Google, a obra do Google são as vias, os seus nomes e as coordenadas dos seus traçados (nada disso será importado)

Pense assim: se eu tivesse ao meu lado um mapa impresso pela EPTC com as rotas de ônibus (esse mapa inclusive existe: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/eptc/usu_doc/mapa_linhas.pdf)) e fosse olhando as rotas e construindo as relações no OSM à mão, seria obra derivada? A reprodução não é exata, e é praticamente equivalente a ler os itinerários da EPTC e fazer a mesma coisa.

Agora, ao invés do mapa, eu tenho os contornos do PoaTransporte. Eu vou rodar um programa sobre esses dados que encontra as vias correspondentes a cada pedaço dentro do mapa do OSM. Os dados do PoaTransporte serão usados apenas para construir as relações de rota, não para traçar vias. Isso é obra derivada? Isso não é equivalente a transcrever olhando pro mapa anterior? E se ao invés de olhar pro mapa da EPTC eu estivesse olhando pro site do PoaTransporte, não é igual?

Onde fica o limiar que define que algo é derivado ou não? Por exemplo, se eu pegar uma música, transpor, inver, mudar os acordes de maior pra menor, no meio do caminho mudar algumas notas, e ainda dar nomes diferentes aos compassos, isso é obra derivada ou obra própria? Essencialmente é isso que eu estou fazendo aqui: transpondo (de uma geometria para outra), invertendo (os segmentos conforme necessário), mudando os acordes (de uma representação lógica baseada em linhas individuais para outra baseada em relações), mudando algumas notas (as pequenas adaptações em conexões que existem num mapa e não existem no outro, todas manuais) e dando nomes diferentes aos compassos (mudando os nomes das linhas e dos terminais). Se nesse processo eu ainda corrigir erros (como nomes e posições de terminais), fica ainda mais difícil de argumentar que é uma obra derivada. O OSM tem nomes de ruas errados, então mesmo extrair um itinerário do OSM produziria um resultado diferente dos itinerários da EPTC.

Sobre a Corregedoria, eu entendo que, se a legislação nesse momento não prevê impedimentos ao uso da informação, uma lei futura não pode revogar o direito sobre o que foi feito com a informação (não pode exigir que seja tirada do ar). Em uma disputa legal, a lei que vale é a lei que valia no momento do ato, não no momento da disputa. Se eles mudarem algo na LAI, vai valer para as informações obtidas e usadas a partir do momento da mudança, mas não para o que veio antes (a menos que se instaure uma ditadura com censura).

Vou estudar um pouco sobre obras derivadas.

Se me permite insistir no ponto da CGU, acho que está havendo um mal entendido.
A LAI só diz respeito ao acesso – não diz nada a respeito se eu posso vender os dados, ou importar no OSM, etc.
Ainda que a LAI não restrinja o uso e repasse da informação, ela também não permite nada disso explicitamente.
Portanto o uso e redistribuição de dados públicos está num limbo legal.
Cada órgão/instituição/programa pode definir o que quiser.
De fato, um levantamento preliminar:
https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0AuI95wETyqQidF95QUhNZlQ4c0FTcGxnZFBaUEwzYnc&usp=sharing
indica que há várias políticas de licenciamento de dados públicos em uso no governo brasileiro,
com variações muito grandes na sua maturidade de abertura legal.
Pior ainda do que a adoção de licenças restritivas, são os caso em que
não há orientação nenhuma, pois não podemos supor nada.

-F.

Em dados, como o OSM, licenciados sob a ODbL:

  • obra é diferente de banco de dados (BD)
  • a ODbL não define obra derivada apenas BD derivado e obra produzida
  • obras produzidas sempre constituem um BD coletivo
  • compartilhamento-identico (share-alike) see aplica apenas a BD derivados, nao a BD coletivos
  • exemplos:
    • obras produzidas: PNG, JPG, mapa impresso.
    • BD derivados: Planet OSM
    • incertos (dependem se constituem substanciais ou nao): KML, resultado de geocodificacao, etc.

Para outros dados, nao sob a ODbL: preciso pesquisar.

-F.

Meus dois centavos: importem / produzam os dados de endereçamento primeiro, pois é mais útil para mais contextos (embora isso seja muito subjetivo), além de ser renderizado no mapa.

[]s

Concordo, porém infelizmente esta importação está suspensa, pendente esclarecimento dos termos de licenciamento, veja no wiki: [http://wiki.openstreetmap.org/w/index.php?title=WikiProject_Brazil/RS/Porto_Alegre/Status#Importação_automatizável].
-F.

Oops, por mim ela nao estah suspensa nao :P. Soh nao fiz porque pretendo fazer depois de concluir as rotas dos onibus (e nao conclui porque meu HD principal falhou no meio da semana, estou recuperando o meu sistema).

Se houver algum problema legal, eh muito facil reverter a importacao depois. Considerando que ninguem correu pra responder a minha mensagem e que a pagina nao tem avisos de copyright, suspeito (fortemente) que nao havera problema nenhum.

Se houver problemas, entao podemos usar a regra da distancia para gerar uma numeracao aproximada e ir consertando aos pouquinhos. :smiley: Claro que dai podemos usar esse mapa do LABGEO para saber quao rigidamente essa regra eh respeitada e tambem para obter algumas “boas indicacoes” sobre onde faz mais diferenca consertar manualmente. :stuck_out_tongue:

Mas nao quero misturar as tarefas. A do transporte publico jah esta muito alem dos 80% feita, entao prefiro conclui-la antes.

Falha de hd dá medo só de pensar…

Então quando há incerteza na licença de um dado governamental vamos supor que estão em domínio público?
Isso é uma interpretação ousada – não que eu discorde, dado a inércia do governo, mas há um risco do pessoal do osm-bulk-imports recusar…

Ótima notícia.

Abc,
-F.

Mais uma iniciativa similar:
http://trafeguebem.com.br/
http://portoimagem.wordpress.com/2012/04/09/lancado-novo-site-do-transporte-em-porto-alegre-trafegue-bem/

Eu arrisco dizer que, considerando a inércia do nosso governo, é provável que algo melhor que o OSM já tenha surgido quando finalmente se derem conta de que os dados foram copiados. :stuck_out_tongue:

Mas eu concordo e sempre me preocupei com a legalidade do meus atos. O único problema é a falta de cooperação. É tão ruim isso que eu acho menos arriscado importar “com a possibilidade de voltar atrás sem perder muito trabalho” (no caso, os endereços tendem a sofrer pouca alteração) do que ficar esperando que as instituições resolvam o nosso impasse tendo a boa vontade de responder às nossas perguntas. No fundo, acho que a tarefa de importação deveria ser responsabilidade do governo, já que é tudo informação pública em algum nível, e mais: informação essa gerada por órgãos do próprio governo na forma de placas, estradas, faixas de trânsito, certamente registradas na forma de projetos e cadastros de estabelecimentos, etc. Enfim.

Por outro lado também entendo que o governo não tem interesse em ser o único provedor da informação, nem tem interesse comercial sobre ela, e talvez até prefira que o trabalho de obter e manter a informação seja “terceirizado” para a população. É um custo e uma responsabilidade a menos. Eu certamente vejo vantagens pro governo em todos os cenários que eu consigo imaginar.

Procurei por rotas de onibus de Curitiba no OSM e nao encontrei… usei até o JOSM com o plugin Public Transport – pode me dar uma dica?

Valeu,
-F.

O pessoal de Curitiba não fez da mesma forma, só geraram o feed GTFS (mas não sei como). Fazendo assim, o feed fica no servidor OTP, e não no mapa do OSM (ou seja, a informação do feed não fica pública, nem editável). Isso na verdade é um problema a longo prazo (que deveria ser solucionado, e não deve ser difícil fazer uma interface web para editar o feed, podemos fazer ao final). Dentro da proposta do OTP nacional, seria melhor ainda porque atenderia não só a nós mas ao país inteiro.

Estou tomando como exemplo cidades como Buenos Aires e Zurique, onde a importação foi completa, com as rotas importadas também no mapa do OSM.

Por sorte, acho que vamos ganhar ajuda de um aluno de graduação em computação da UFRGS, e talvez consigamos implantar um servidor OTP para prova de conceito lá também. Se for esse o caso, Felipe, te chamo um dia para ir olhar o resultado lá. A idéia daí é replicar a prova de conceito num servidor aberto como tínhamos planejado inicialmente. (Mas quem sabe, se tivermos sorte, a própria UFRGS pode fornecer o serviço? Vou tentar negociar.)

blz, ótima notícia!

teve uma aluna aqui de SP que começou
um projeto semelhante, porém acho que
entravou na disponibilidade dos dados
pela prefeitura. nessas horas eu penso
em pegar um GPS e andas de onibus por
uma linha inteira, so para cadastra-la…

alias, eu tenho andado atarefado com
projetos fora do osm, mas ainda tenho
as tarefas anotadas aqui p/ qnd der
para respirar um pouco mais folgado.

abc,
-F.

Pessoal da Mobilibus me avisou que POA está disponível no Moovit (o qual usa o OSM), veja em <http://www.moovitapp.com/plan-trip/>. Não sei dos detalhes técnicos. Mas parece ser possível até geo-codificação.

Tem um bot da Moovit fazendo alteracoes no mapa de Porto Alegre faz uns dias. Mas parece estar apenas criando a conexao para pedestres entre lados opostos de vias separadas proximo das paradas de onibus (provavelmente pouco util dado o pequeno numero de paradas no mapa). Ainda nao testei o Moovit, eh bom?

Não teste muit extensivamente. Funcionou bem pra uma tentativa que fiz.

Fiz um teste no Rio de Janeiro. O moovit acertou o número dos dois ônibus da baldiação.

Abraços, Linhares.

Será que eles estão usando o OSM para alguma função além de mero pano de fundo?

Acho que eles estão fazendo o roteamento da posição do usuário de/para os pontos de ônibus com o OSM, porque teve umas 50+ edições por aqui adicionando highway=footway.

[]s