Propostas para classificação de vias

Tá ficando show! :slight_smile:

E vias marginais? por exemplo no caso de um anel rodoviário com caraterísticas de motorway http://www.openstreetmap.org/?lat=-19.88605&lon=-43.967&zoom=16&layers=M como seria o melhor jeito de classificar as vias marginais a ele? No exemplo foi usado trunk, o que me parece errado embora tenho sentido em termos de hierarquia motorway->trunk->primary.

Hm boa pergunta. Certamente não aparece no fluxograma, e (pensando um pouco) acho que é um caso especial. Como está hoje, o fluxograma apontaria para “secundária” porque não é via “arterial” (é apenas uma via que acompanha a principal) e certamente é preferencial sobre qualquer terciária que o cruzar. Mas o anel tende a fluir bem porque precisa dar acesso à via principal, então seria mais parecido com uma “primária”. Já se a velocidade permitida no anel fosse de 80 km/h, o anel certalmente seria trunk (e estaria de acordo com o fluxograma) por se comportar como via expressa.

O artigo sobre motorways do wiki menciona pistas paralelas classificadas como motorway_link:
http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Tag:highway%3Dmotorway_link#Parallel_motorways

Então, por analogia, talvez possa ser trunk_link, pois é um caminho que serve para acessar a via principal, que é trunk. (Hoje está como motorway, mas a velocidade máxima é de 80 km/h, então pelo nosso recente consenso deveria ser trunk nesse trecho.) O único detalhe é que o “link” seria bem longo, o que é incomum mas não proibido até onde eu sei.

Trunk link é desenhado na mesma cor que trunk, o que acabaria não dando uma boa idéia visual da hierarquia. Tenho a impressão de que a velocidade atribuída a trunk link em GPSs diversos varia mais do que pros outros tipos de via (considerando os perfis do OSRM e do MapFactor - alguém sabe do OsmAnd?), então talvez uma opção mais segura seria algo como secondary mesmo. Daí você ganha uma distinção visual e hierárquica compatível com os GPSs que tem por aí.

O anel rodoviário de BH tem três faixas por pista em boa extensão, mas por causa de inúmeros acidentes horrendos a velocidade hoje é limitada a 70 km/h para carros e 60 km/h para veículos pesados. Já a via marginal tem a velocidade oficialmente limitada a 60 km/h, mas a turma anda a velocidades muito superiores a esta pela falta de radares (que só tem na via principal).

Eu creio que motorway_link é o que me parece mais corerente. Não me preocupo muito aqui com a distinção visual pois a separação das pistas é muito clara. Mas fora isto não tenho uma opinião firme sobre o assunto.

Emendando o comentário anterior, acho complicado classificar vias por suas velocidades já que estas podem ser determinadas por fatores que nada tem a ver seja com a importância da via ou com o seu formato. Então penso que a velocidade permitiva pode ser um fator a considerar, junto com o formato, mas não deve ser o fator que determina em definitivo a classificação da via. Inclusive, por que de vez em quando essas velocidades são revistas sem que haja uma alteração no formato ou na importância da rodovia. O que eu quero dizer é que usarmos este fator como decisivo na classificação, seríamos obrigados a alterar a classificação da rodovia toda vez que houver a alteração da velocidade permitida, o que penso não seja esta a nossa intenção.

Talvez precisemos repensar o que é a “importância” da via para nós, e decidir se ela muda de um tipo de via para outro. É o volume total de tráfego? É a combinação de velocidade+segurança ao passar pela via?

A definição do wiki me faz acreditar (fortemente) que a intenção de motorway é representar uma via por onde é possível passar em alta velocidade: http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Tag:highway%3Dmotorway

“Use highway=motorway to identify the highest-performance roads within a territory…”

E acrescentamos a isso os critérios de segurança, que certamente a via que você mostrou atende. Mas faltaria a alta “performance” (em comparação, por exemplo, com algumas estradas de São Paulo, ou com a Freeway daqui do RS).

Clique no artigo em “controled-access highways” e depois clique em “Português” e você chegará ao artigo da Wikipédia sobre autoestradas (http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoestrada) que diz, entre outras coisas, que “… é uma rodovia destinada apenas ao tráfego motorizado de alta velocidade…” (e depois segue citando os outros critérios estruturais que nós já usamos).

Veja isto também: http://wiki.openstreetmap.org/wiki/OSM_tags_for_routing/Maxspeed

Só a Alemanha tem a mesma velocidade máxima (“esperada”) para ambos os tipos de vias. Alguns outros têm velocidades similares, mas a maioria espera um salto substancial na velocidade.

Você disse que a velocidade nessa via foi reduzida por causa de acidentes, então, apesar de ela ter todas as outras características que a tornariam motorway pelas nossas definições, tem mais alguma coisa (que não consideramos porque a nossa abordagem é bastante simplificada) que torna a via perigosa e que força a velocidade máxima para baixo (pode ser o desenho da via, ou o material do pavimento, ou algum fenômeno climático que exige atenção redobrada, enfim). Nem num dia de pouco trânsito você poderia passar por ela mais rápido do que por outra motorway próxima que fosse segura e tivesse um limite de velocidade maior.

Se houver alteração na velocidade da rodovia, teríamos que editar a tag “maxspeed” de qualquer forma. Ou seja, não escaparíamos de fazer alguma alteração. Por outro lado, trunk e motorway são relativamente próximas entre si, então esquecer de mudar a classificação não seria um erro grosseiro.

Agora, essa via pode ser motorway em outras partes, seria trunk nesse trecho urbano onde a velocidade é menor. A Freeway aqui em Porto Alegre inclusive passa pelos seguintes estágios em área urbana:

  • saída da cidade: secundária > trunk > motorway
  • entrada da cidade: motorway > trunk > primary

Bem, esta é a minha opinião. Se discordarem, mudo o fluxograma é claro.

Hm o fato de as pessoas excederem o limite de velocidade não deve influenciar as nossas decisões. Todo GPS de respeito faz os seus mapas assumindo que os cidadãos cumprem a lei. :smiley: Na prática, rebaixar a classificação do anel viário nesse caso acabaria sendo bom para a segurança do motorista por diminuir a preferência por passar por ali (considerando o cálculo das rotas por GPS e à olho também). Não que seja algo que tenhamos previsto nas nossas discussões, mas funciona.

Olá Fernando

nem em sonho a gente deveria rebaixar a classificação do Anel Rodoviário de BH para trunk. Ele cumpre todos os pré-requisitos de motorway sim.

No caso da definição

note que “performance” está mais associado ao sentido de rendimento do que de velocidade. Com certeza transitar pelo Anel de BH ainda é a opção de mais alta performance, isto é, é o caminho que “rende” mais (exceto quando tem engarrafamento etc), mesmo com velocidades permitidas reduzidas.

Se rebaixassemos para trunk nós o colocariamos ao mesmo pé de igualdade da Via Expressa mostrada aqui http://osm.org/go/PAXONj41 cruzando o Anel por baixo, que é uma via com cruzamentos e semáforos (o que o Anel não tem). Meu maior temor mesmo é que o rebaixamento poderia induzir ao erro a pessoa que passa por BH, levando-a a passar pelo centro.

Então, definitivamente o Anel precisa ser mantido como motorway, nem que no futuro sua velocidade fosse baixada para 40 km/h.

Pois enuncie os seus requisitos, assim as pessoas podem opinar (a favor ou contra). É exatamente esse o exercício que eu tenho tentado fazer desde o início e acho que já demonstrei que posso mudar de opinião. Se mais pessoas concordarem com você, eu mudo a minha definição para me alinhar com a visão da comunidade.

Eu já acho que a 40 km/h ela mal poderia ser primary se fosse num trecho longo, não importaria a estrutura. Pela sua definição (que não depende da velocidade), uma via de 10 pistas (e canteiro central, e acostamento) onde se anda a 40 km/h por 10 km seria motorway e isso induziria muitas pessoas a passar por ali pensando que é uma via rápida, quando não é. Afinal, a “performance” aqui deve ser uma medida útil para o usuário final típico ou algo útil somente para os projetistas rodoviários?

A via que você indicou (a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek) não me parece tão diferente do anel viário, pelo menos no trecho que você apontou. Nesse trecho, não achei nenhum cruzamento e nenhum semáforo. Mais a leste sim é bem diferente, mas ali ela está classificada como primária (onde começa a ter os semáforos que você mencionou), o que me parece correto. Um motorista ainda preferiria passar pelo anel viário por ser trunk porque evitaria um trecho de primárias, que é mais lento em meio urbano pela nossa definição.

Acho também que classificá-la como motorway faz sentido apenas numa perspectiva local (a nível de cidade) e não num contexto mais global (comparando com vias de outros estados ou mesmo de outros países). Faz pouca diferença uma classificação ou outra nesse anel especificamente, mas se houvesse uma motorway que contornasse a cidade e por onde fosse possível andar (com segurança) a 100 ou 110 km/h, esse anel que passa por dentro da cidade seria uma opção menos interessante, independente da estrutura, por causa do limite de velocidade (supondo as condições ideais: que a atribuição do limite de velocidade foi uma decisão responsável, que a via tem a estrutura mínima que acreditamos ser segura, etc.).

Como você disse, a via já teve um limite de velocidade mais alto e, portanto, foi motorway um dia pela minha definição, mas o limite foi reduzido porque é insegura (erro de projeto? é equivalente a uma motorway bem projetada então?). Quando e quanto que a segurança importa na atribuição da classificação?

Enfim, eu não tenho muito parâmetro porque não conheço Belo Horizonte como motorista, você muito provavelmente conhece melhor.

Acho que esse seria um assunto interessante para uma enquete.

Criei a tal da enquete num post à parte. Vamos ver se a democracia funciona. :smiley:

Vi que tem este novo fórum brasileiro e entrei por curiosidade. Como tb falo um pouco de português…

Talvez poderia traduzir o fluxograma paro o alemão e apresentar no fórum alemão mais tarde esta semana. Eu acho que pode servir para ajudar a facer o tagging correto dos highways.

Outra coisa:

Eu acho que (dependendo da língua do browser) o fórum esta meio difícil para achar para os usuários do OSM que queiram contato com a comunidade.
A pagina principal do OSM mostra o texto com língua que esta configurado como língua principal no bowser.
Em português tem no lado esquerdo o bloco de Ajuda
Lá tem um link ao Wiki na clicando no Documentação (também “language sensitive”)
http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Pt-br:Main_Page

Em alemão tb, e cai na pagina:
http://wiki.openstreetmap.org/wiki/DE:Main_Page
Nesta pagina tem um bloco “Kontakt zur Gemeinschaft” Contato à comunidade
E la tem os dois Links:
OSM-Forum → cai no Forum alemão
Mailing-Liste → Mailing list alemão

Se o fórum está mais fácil para achar, potencialmente mais usuários vão entrar e o fórum poderia ficar mais ativo assim.
Talvez seja interessante adaptar a pagina http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Pt-br:Main_Page assim que tem Links diretos para o fórum brasileiro e o Mailing List do Brasil?

Gerald,

Estou fazendo uma nova versão do fluxograma sem o requisito da velocidade para motorways até que mais alguém apóie a idéia. Mas veja que a rodovia que você indicou em BH ainda assim não seria motorway devido à falta de acostamento (nem mesmo nas vias laterais de acesso). Se formos tirar esse requisito também, praticamente a única diferença que resta em relação a trunk é o canteiro central.

Olá nesol,

Posso tentar fazer a tradução e pedir para você revisar? Meu alemão não é muito bom, mas eu sei um pouco e acho que seria o suficiente para uma tradução razoável. Além disso seria um bom exercício. :smiley:

Ao publicar para a comunidade alemã, acho importante a dizer que o fluxograma se propõe a produzir um resultado correto ou quase-correto quase sempre, e que há exceções não contempladas (que tornariam o fluxo bastante complexo e menos útil para um usuário iniciante ou intermediário). Além disso, as partes amarela e verde (e também a aplicação de “living street”) são bastante específicas da realidade brasileira.

Eu cheguei a colocar o link pro fórum numa subpágina do WikiProject Brazil no wiki, mas vou colocar nessa página também.

Nova versão com a alteração sugerida pelo Vitor e removendo o
requisito de velocidade máxima para motorways (visão do Gerald):
http://i.imgur.com/HgBvG0y.png

Nova versão: http://i.imgur.com/g0ja3KT.png

Nesol, segue uma versão atualizada em alemão provavelmente precisando de correções e melhorias: http://i.imgur.com/5BTyVoS.png

Nova versão com alterações feitas pelo Nelson, removendo tags de acesso da classificação: http://i.imgur.com/8VcbLwH.png

E a atualização correspondente em alemão com uma tradução diferente (que eu acredito ser melhor): http://i.imgur.com/OgZbh33.png

Vendo como ficou a sua, tem mais um detalhe (que fiz aqui http://naoliv.iq.unesp.br/osm/fluxograma-classificacao.png e esqueci de comentar).
Não acho que faz muito sentido após colocar uma tag de ciclovia passar pela decisão de estacionamento.

Vai existir estacionamento (highway=service) com ciclovia/ciclofaixa no meio?

Oops, falha minha ao transcrever as tuas mudanças, logo envio uma nova versão. Não está “errado” (alguém poderia fazer uma ciclofaixa passando por um estacionamento aberto) e ficaria mais genérico assim, mas como é muito raro não faz muito sentido.

Tradução:
Versiegelte Oberfläche → Asphalt-/Beton-/Pflasterdecke*
Gepflastert (significa com pedras) melhor → Asphalt-/Beton-/Pflasterdecke*
Nur 1 Fahrstreife bei Richtung → Nur 1 Fahrstreifen pro Richtung
Verkehrsader → Hauptverkehrsader

O que significa MT/BIT?

Outras coisas:
highway=track é usado para estradas agrícolas/florestais.
Aqui uma pagina interessante: http://wiki.openstreetmap.org/wiki/DE:Tag:highway%3Dtrack

Segundo o OSM-Wiki alemão tertiary é: sehr gut ausgebaute Gemeindeverbindungsstraße, mindestens vier Meter breit. Implicitamente eu ia achar que isto significa que tem que ter Asphalt-/Beton-/Pflasterdecke.
Tb olhando para a categoria embaixo de tertiary → unclassified:
http://wiki.openstreetmap.org/wiki/DE:Tag:highway%3Dunclassified
O wiki fala que highway=unclassified pode em casos de exceção ser sem asfalto. (que significa que o regular é com asfalto) que tb implicitamente significa que tertiary tem que ter uma cobertura de asfalto, concreto ou calçamento.

Obrigado nesol, vou corrigir e logo submeto uma nova versão. Uma coisa que eu posso fazer também é fornecer o arquivo do grafo para a comunidade alemã adaptar para seu próprio uso. Como está hoje, ele é mais um informativo de como nós brasileiros estamos pensando em fazer a classificação, mas seria interessante chegar a um método útil para ambos os países.

MT/BIT significa “Ministério dos Transportes: Banco de Informações e Mapas de Transportes”. Este banco traz informações que achamos úteis para a classificação de grandes rodovias e é acessível aqui: http://www2.transportes.gov.br/bit/01-inicial/index.html

Uma dúvida de tradução: “Versiegelte Oberfläche” foi uma tentativa de usar um termo genérico para incluir os tipos de superfície que (como você disse) seriam compatíveis com um carrinho de nenê: asfalto, concreto, “paving stones” (ex.: http://www.mosaicstile.com/slate_files/flagstone.jpg)). A intenção era incluir superfícies rígidas e suficientemente planas. Haveria outro termo mais genérico (talvez “flache, starre Oberfläche”?) ou o melhor é listar todos os tipos aceitos?

O fluxograma a princípio é mais baseado nas definições do wiki em inglês, mas creio que já adaptamos algumas coisas à nossa realidade (nossas estradas não são tão boas quanto as alemãs). No wiki em inglês, não há menção de que as terciárias sejam pavimentadas, e inclusive acabamos concordando (após muita discussão) que rodovias (área não-urbana) não-pavimentadas serão tertiary e que as unclassified serão usadas para as que, além de não-asfaltadas, não tenham sido compactadas (ou seja, que estão em condições mais precárias, que tenham muito mais chance de atolamento).

Já em área urbana uma idéia ganhando popularidade é usar as terciárias para identificar as ruas que são preferenciais, já que elas fluem melhor. A maioria das prefeituras não publica uma lista de ruas consideradas “coletoras”, apenas as “arteriais”, então sugerimos um método para fazer uma classificação “prévia” em área urbana promovendo a classe da via de acordo com a sua preferência sobre as outras que ela cruza. Eu venho aplicando essa idéia em Porto Alegre e o resultado tem ficado muito bom: http://www.openstreetmap.org/?lat=-30.0468&lon=-51.1958&zoom=14&layers=M

Quando comecei a usar o OSM, eu tinha inicialmente classificado vias asfaltadas como terciárias no meu bairro. Isso certamente me permitiu calcular rotas por caminhos mais suaves, mas nem sempre eram caminhos rápidos e às vezes eram complicados e ineficientes. Acabei optando por usar a tag “surface” para identificar o que é pavimentado (como deve ser) e torcer pra que algum GPS use essa tag algum dia para influenciar parcialmente o cálculo das rotas. Quando passei a usar o critério das vias preferenciais, percebi que as elas quase sempre estão em melhores condições que as não-preferenciais.