[RS] Níveis mais altos da classificação viária no RS

Em particular: autoestradas (motorway), troncais (trunk) e, em breve, primárias (primary).

Na última semana, uma discussão no Telegram do RS chegou a um consenso sobre quais seriam as rodovias mais importantes do Rio Grande do Sul. Os principais participantes, além de mim, foram: Flávio (fbello), Aureo, santamariense, claiton (portalaventura), e Sérgio (smaprs) (se esqueci de alguém, por favor avisem!). O conjunto das consideradas importantes por consenso é composto de grande parte das rodovias federais do estado (provável classificação funcional) e é muito similar às melhores rotas entre place=city. Rodovias federais que não são melhores rotas entre place=city ou que incluem trechos sem pavimentação (evitados pela maioria dos motoristas) foram considerados como menos importantes. Essas rodovias estão representadas em cinza na imagem abaixo, mas podem vir a ter qualquer classe inferior a trunk (ex.: primary). A classe exata delas ainda não foi discutida.

Além de municípios, mais duas aglomerações urbanas foram consideradas equivalentes a place=city:

  • Santana do Livramento + Rivera: 148 mil habitantes

  • Lajeado + Estrela + Arroio do Meio + Cruzeiro do Sul: 146 mil habitantes

Embora não tenha surgido um consenso sobre se esse conjunto deve ser trunk ou primary, eu estou introduzindo ele como trunk porque o wiki do OSM diz que as rodovias mais importantes depois das motorways são trunk - e porque ninguém respondeu quando perguntei quais seriam trunk se esse conjunto fosse primary. Além disso, a densidade da malha resultante é bastante similar ao da malha trunk de outros países vizinhos, às dos países europeus e às dos países da América do Norte. Como isso ainda não está muito claro, para evitar guerras de edição, não recomendo alterar o mapa para implementar a malha trunk desta forma.

Sobre a malha motorway, há bastante consenso.

Segue uma descrição textual da imagem acima. Estou usando a pesquisa da CNT para determinar as rodovias mal conservadas, e a terminologia do DNIT para a descrever a situação das rodovias/estradas, em particular:

  • implantada: não pavimentada, feita de material compactado

  • leito natural: não pavimentada feita de material solto, não compactado

As seguintes rotas são motorway no RS:

  • BR-101 de Osório a Torres

  • BR-116 de Guaíba à ERS-239 em Novo Hamburgo

  • BR-290 de Eldorado do Sul a Osório

  • BR-392 de Rio Grande a Pelotas

  • BR-448

As seguintes rotas são trunk no RS:

  • BR/RSC-101

  • BR-116 de Lages à ERS-122 + ERS-122 + ERS-240 da ERS-122 a Novo Hamburgo + BR-116 da ERS-240 a Jaguarão

  • BR-153 de Concórdia a Erechim + ERS-135 + BR/RSC-153 de Passo Fundo a Aceguá

  • BR-158

  • BR-285 de Vacaria a São Borja

  • BR/RSC-287 exceto da BR-158 à ERS-509 em Santa Maria + ERS-509 + ERS-240

  • BR-290

  • BR-293 de Pelotas a Quaraí + RSC-377 de Quaraí à BR-290 em Uruguaiana

  • BR-386

  • BR-392 de Rio Grande a Santa Maria e de Entre-Ijuís a Porto Xavier

  • BR-448

  • BR/RSC-453 + ERS-486

  • BR-470 de Carlos Barbosa a Nova Prata + ERS-324 de Nova Prata a Passo Fundo + ERS-446

  • BR/RSC-471 de Santa Cruz do Sul ao Chuí

  • BR-472 de São Borja a Barra do Quaraí

  • BR-480

As seguintes rodovias federais não são trunk no RS porque são evitadas pelos motoristas em rotas longas (entre place=city) por diversos motivos:

  • BR-116 da ERS-240 à ERS-122 em Vacaria: é preferível a rota ERS-122 + ERS-ERS-240

  • BR-153 de Passo Fundo a Erechim: implantada

  • BR/RSC-163

  • BR-285 de Vacaria a São José dos Ausentes: leito natural e montanhoso após São José dos Ausentes

  • BR/RSC-377 de Santa Bárbara do Sul a Alegrete: implantada e em leito natural em dois trechos, mal conservada no restante

  • BR-392 de Santa Maria a Entre-Ijuís: longos trechos implantados e em leito natural após Júlio de Castilhos

  • BR-468

  • BR-470 de Montenegro a Carlos Barbosa: é preferível a rota ERS-122 + ERS-446

  • BR-470 de Nova Prata a Lagoa Vermelha: implantada

  • BR-470 de Lagoa Vermelha a Campos Novos

  • BR-470 em Triunfo e São Jerônimo: interrompida pelo rio Jacuí, e o lado de São Jerônimo não é pavimentado

  • BR-470 da BR-290 em São Jerônimo a Camaquã: leito natural

  • BR-471 de Santa Cruz do Sul a Barros Cassal: implantada e em leito natural, é preferível a RSC-153

  • BR-472 de São Borja a Porto Xavier: implantada e interrompida pelo rio Piratini em São Nicolau e pelo rio Ijuí em Pirapó

  • BR-472 de Porto Xavier a Frederico Westphalen: implantada em dois trechos curtos, mal conservada no restante

  • BR/RSC-473: implantada na sua maior parte, e interrompida pelo canal São Gonçalo entre Arroio Grande e Rio Grande

  • BR/RSC-481: implantada entre Sobradinho e Cerro Branco

Na realidade, toda a discussão foi para determinar quais eram as rodovias principais do estado. Para que o debate continuasse, aceitou-se que não seria determinado se elas seriam primary ou trunk, nesse momento. O título do tópico desse fórum é até tendencioso e distoa do espírito do debate. Um título mais adequado seria “Rodovias principais do Rio Grande do Sul”. Entre elas algumas serão trunk (as de importância nacional) e outras serão primary (as de importância estadual). Quanto a quais serão trunk, é necessário primeiro que haja consenso sobre a lista das mais importantes.

Quais você acha que devem ser primary, e por quê?

Vamos responder juntos essa pergunta depois que estiver definido quais são as principais. Por favor, poderias ajustar o título do tópico?

A BR-392 de Pelotas a Rio Grande também é motorway.

A pergunta não foi para mim, mas também me interessa, então… Uma das vertentes de pensamento seria classificar a maioria delas como primary mesmo, deixando para trunk as que são usadas por quem tá atravessando o estado ou ligando a capital gaúcha. Até agora, a malha está me parecendo muito densa. Eu gostaria de ver dados sobre a densidade de trunk em outros países para comparação. Principalmente a inglaterra, onde a classificação nasceu.

O título poderia ser genérico: Reformulação da classificação viária do RS, ou algo assim.

A BR-293 oficialmente vai até Uruguaiana, mas o trecho de Quaraí em diante não está construído. Assim, deve ser especificado que o trecho da BR-293 incluído é só de Pelotas a Quaraí.

A RSC-377 não vai até Uruguaiana. Ela vai até a BR-290 e depois segue em outra direção. A BR-290 liga a BR-377 a Uruguaiana.

Assim, creio que a intenção dessa rota seja algo do tipo:

BR-293 de Pelotas a Quaraí + RSC-377 até a BR-290 + BR-290 até Uruguaiana

Não acho que a RSC 101, deva ser trunk, a importância dela não é de uma trunk, é de uma primary, a meu ver. Ela tem alguns trechos mal conservados que, além da balsa, fazem com que os caminhoneiros que vão de Rio Grande a Porto Alegre usem a 116, isso diminui a importância dessa via.
Mas também não é uma secondary!

Entre as primary, devemos incluir a RS 040, entre Viamão e Pinhal, tem tráfego intenso durante o ano e muito mais intenso no verão, sem contar que é duplicada até Águas Claras.

A conexão entre a região metropolitana e o pólo turístico de Gramado/Canela é importante por uma série de motivos. Primeiro, a população combinada de Gramado e Canela é de 78 mil habitantes, o que está bem próximo do limite de 100 mil. Se somarmos a isso a importância do turismo (é o principal pólo de turismo de inverno do Brasil), que soma ao trânsito uma grande quantidade de pessoas que não é contabilizada na população, há gente suficiente para justificar a conexão à malha principal. Além disso, a rota formada pela ERS-239/ERS-115/ERS-235 (de Novo Hamburgo a Canela) conecta uma população de 424 mil habitantes (de Campo Bom a Canela) à região metropolitana, o que, por si só, já justificaria a sua conexão à malha principal. Assim, a rota deve ser incluída na lista (no mínimo até Taquara, se não até Canela).

Não vejo motivo para não incluir esse trecho. Acho que deve fazer parte da malha.

Fernando:

Por que é classificado BR-101 de Osório a Torres como motorway quando possui inúmeros acessos de propriedades adjacentes e entradas e saídas à esquerda? Na minha opinião é um excelente trunk, mas não o suficiente para motorway.

BR / RSC-471 de Quinta ao Chuí não deve ser trunk, é bastante estreita, de baixa velocidade, atravessa áreas com probabilidade de colidir com fauna autóctone, é claramente de uma categoria inferior a BR-116 de Pelotas a Jaguarao.

O fator de escala na projeção de Mercator é calculado pela fórmula 1 / cosseno(latitude). Os valores a seguir são em relação à latitude aproximada do Rio Grande do Sul. Valores superiores a 100% indicam que a projeção no mesmo nível de ampliação resultou numa ampliação do mapa, e os inferiores representam uma redução. Todos os links apontam pro site do OSM no nível de ampliação 7.

Flávio, sinto um esforço contra-intuitivo em evitar pensar em trunk x primary, dificulta o pensamento e visualização (ao menos para mim). Enfim, o objetivo desta discussão é mapear “no OSM”, com as tag “do OSM”. Até agora não consegui entender a vantagem de não pensar em trunk/primary (sendo Motorway o único que depende exclusivamente de característica física, e a estrada top “em si”, ficando de fora.) . Mas vou tentar.

Acho que se o que queres é visualizar um ranking só das “entre as principais”, precisas então apontar para nós como ficaria em termos de tabela de ranking, aí sim daria talvez pra visualizar melhor a tua ideia, ou de algum modo poder ver no mapa. O Fernando p.ex. tá fazendo em mapas, fica muito bom pra visualizar. Flávio, por favor, tenta fazer uns mapas pra gente visualizar o que pensas, ou um ranking.

Se for tipo tabela de ranking, para que se possa ver onde se cortaria um exceso de “primeiras principais”.

Um “exemplo” (próximo):
BR101=1
BR290=2
BR116=3
BR386=4
(etc)

(ACIMA, TRUNK)

: TODAS ABAIXO INDIFERENTEMENTE DE RANKING

(ABAIXO, PRIMARY)

BR153(Bagé-Aceguá)
RSC453
RSC377
BR159(Cachoeira do Sul)

O importante, acho, é tentar encontrar um ponto de “corte” no ranking.

Porque além do critério de População, acho que a gente pode perceber que algumas tem menos importância econômica.
Aí significa que tamos precisando de outro elemento que ainda não encontramos para afinar a seleção, “cortar”.

Quanto ao mapa do Fernando, que tá bom de visualizar, também me parece, intuitivamente, que com os critérios atuais propostos, só, acaba aparecendo um excesso de trunk.
Só me parece, de conhecimento geral do movimento no trânsito do RS. Não me baseio em dados precisos, pode ser impreciso.
Todo modo, acho que precisaria ver onde tá um elemento de corte para evitar excesso de trunk.

Mando abaixo o que me parece que seria uma tentativa de correção:
-eliminar as “menos top” dentre estas top que não seriam consideradas “primeira principal”, as que rebaixaria (em AZUL).
Talvez mais algumas ainda.

A ver se corresponde a algum um critério absolutamente objetivo que pudesse embasar.
Ou se faz um ranking para ver onde cortar as em excesso de algum modo mais fácil, e razoavelmente objetivo, plausível.

Eu concordo se considerarmos a definição estrita de motorway.

Uns tempos atrás eu levantei essa questão com a comunidade do OSM Brasil no Telegram (vou chamar eles aqui pra registrarem a opinião) depois de encontrar várias motorways em situação similar em São Paulo, e a resposta que tive foi que essa situação é tão comum no Brasil que, se for considerada, praticamente eliminaria as motorways do mapa do Brasil. A comunidade do RS no Telegram concordou com essa visão também.

Ou seja, parece que o desejo geral da comunidade brasileira é relaxar um pouco a definição de motorway no Brasil (o que, claro, não necessariamente deve se aplicar a outros países).

Acho que o ponto principal é:
talvez não existiria motorway “pura” no Brasil inteiro, se não puder haver nenhuma distorção do padrão “puro”.
Então tem que adaptar ao mais próximo da realidade.

Mais ou menos vale o mesmo para todo o princípio OSM de classificação de todas as highway=* :
indica adaptar a hierarquia a um “grau de importância sucessiva”.
Não considerar “cegamente” uma classificação física que em última análise seria apenas “arbitrária”.
É importante a classificação física de modos gerais. Mas continua sendo arbitrária. Dá distorções. Precisa adaptar a cada país.

Eu não entendi a que ponto tu quisestes chegar. Estás falando de distorções cartográficas? Enfim… parece que o Texas teria uma densidade populacional parecida ao nosso estado. A título de comparação, e supondo que a classificação deles já esteja suficientemente consolidada, acho que vale um estudo da classificação daquele estado dos EUA.

O que você pediu (uma estatística da densidade viária da malha trunk) é algo bem difícil de confeccionar, por isso eu elenquei exemplos que podem ser observados facilmente no mapa do OSM. Mas no mesmo nível de ampliação, a projeção de Mercator produz escalas diferentes conforme a latitude, por isso é necessário citar o fator de escala ao usar o site do OSM pra comparar lugares diferentes no planeta. Se você quiser, pode tirar um print screen do mapa, jogar num editor de imagens, e aplicar o escalamento inverso (ex.: 80% para um mapa que está com fator de escala de 125%) pra produzir mapas comparáveis na mesma escala.

Além disso, é concedida (tem pedágios). Em alguns países (ex.: Japão), a existência de pedágios afeta (eleva) a classificação da via. Eu também acho que deve ser primary essa rota, mas o pedágio pode ser algo interessante a considerar.

A classificação funcional oficial de Minas Gerais eleva a classificação da MG-050, que também é concedida. É o caso mais notório de diferença entre a classificação funcional real e a aproximação dela que eu propus com base em jurisdição e situação.

Ela é conectada a RN9, no Uruguay, que é trunk, e muitos que vão a Punta del Este e Montevidéo preferem essa rota do que a de Jaguarão.
E discordo da baixa velocidade, é apenas em alguns pontos bem específicos, é uma via que todos os que trafegam nela andam normalmente a 100km/h (isso quando não excedem essa velocidade).