Acessibilidade para cadeirantes

Meu pai é cadeirante, e dentro de 3 dias acontecerá o MapMyDay. Eu gostaria que pessoas próximas, da família, aderissem à iniciativa marcando POIs de Natal (RN) com seus smartphones. Mas, além delas não terem cultura de “colaboração técnica”, não verem maior importância em software livre, padrões abertos e código aberto, infelizmente o sistema Wheelmap está cheio de deficiências.

Estou abrindo este tópico para apontar a interessados em potencial um campo de atuação no OpenStreetMap.

Update sobre o MapMyDay

Recebi um e-mail de campanha muito bem desenhado e com muitas informações e algumas instruções. Segue uma tradução adaptada dos textos, numa reestruturação de tópicos feita por mim:

O evento

O MapMyDay acontecerá em todo o mundo, a partir de 3 dezembro, data em que se comemora o Dia internacional das pessoas com deficiência.

Promovido pela ONG alemã SOZIALHELDEN, conta com a cooperação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os interessado podem ajudar simplesmente instalando e usando o aplicativo em seus dispositivos móveis: Android ou iPhone. Basta marcar os lugares que frequentam em seu cotidiano: padaria, supermercado, cafeteria…

Recentemente o sistema Wheelmap foi melhorado para que os sanitários nas instalações de um local sejam exibidos separadamente e agora possam ser marcados de forma independente. Existe um filtro que facilmente os encontra.

A iniciativa quer reunir pessoas para marcarem no mapa a maior quantidade possível de locais acessíveis a cadeirantes, tornando assim mais fácil a aqueles com dificuldades de mobilidade planejar seu cotidiano.

Redes sociais

#MapMyDay é a hashtag da hora. Existe uma página Facebook-Event. Os organizadores estarão colecionando tweets etiquetados com #MapMyDay, e possivelmente outras postagens (Facebook e Tumblr), para serem expostos no Mural Social.

Ajude a usar o poder da multidão em Twitter, Facebook e Tumblr!

Quer-se obter o maior número possível de pessoas envolvidas no mapeamento em 3 de dezembro. Acreditam que a mídia social é uma ótima maneira de alcançar essas pessoas.

Quem se inscrever no Thunderclap estará recebendo o “trovão” da largada. Todos saberão que os envolvidos estão partindo para mapear acessibilidade para cadeira de rodas em seus bairros!

Vários tipos de apoio

Mapeadores nos Estados Unidos, na Nova Zelândia, nas Filipinas e em muitos países europeus estão prontos para dar a partida!

Proeminentes personalidades unem-se ao #MapMyDay. O escritor Andrew Solomon, a psicóloga Danielle Sheypuk, Philippe Pozzo di Borgo do “The Intouchables” , e o jogador de futebol Christoph Metzelder, são somente algumas delas.

Empresas e organizações também são parte do movimento: Scout24 Group, Lonely Planet, House Shop, Empirica, Ashoka-Network, Christoffel Blindmission (CBM) e International Telecommunication Union (ITU). Existem outros. Saiba como tornar-se um parceiro.

Mapa embutido

Quem tem blog ou site pode embutir um widget do Wheelmap! O usuário registrado no Wheelmap vai encontrar o item de menu “Widget” no perfil dele. Essa nova funcionalidade torna possível gerar um mapa de cidade, vila ou bairro. Assim, todos que visitarem aquele site do usuário poderão ver imediatamente os lugares da área que ainda precisam ser mapeados.

A implementação do widget em tempo hábil para o MapMyDay somente foi possível graças a uma doação do fabricante de elevadores Schindler Deutschland.

Sobre SOZIALHELDEN

Quem está à frente do MapMyDay é a SOZIALHELDEN, uma ONG alemã (em português o nome soa como “heróis sociais”). Desde 2004 ela tem desenvolvido projetos criativos para resolver problemas sociais, voltando a atenção para questões importantes e oferecendo soluções práticas, num espírito de diversidade, inclusão e diversão. Combinando inovação e senso de humor, essa organização não-governamental tem provado que seus projetos são um mix muito bem sucedido. Ela já ganhou uma séries de prestigiados prêmios, nacionais e internacionais.

Doações

sozialhelden.de/en/donate

Atualizei o post de abertura do tópico, com informações sobre o evento MapMyDay.

Vejam também MapMyDay2015-Natal-RN-Brazil.md, um gist que exemplifica como lançar mão dos mapas que podem ser embutidos. Escrevi uma nota para os potenciais interessados em mapear minha cidade.

Infelizmente, as pessoas, principalmente os brasileiros, não fazem nada se não ganhar uma curtida. Tudo hoje em dia se resume em ser aceito por amigos virtuais, dar muitas curtidas para cobrar curtidas dos demais e assim vai.

Não sabia deste dia. Me proponho a taggear POIs aqui na minha cidade em 3 de dezembro assim: Dos POIs que já estão mapeados com telefone, ligar e pedir informações sobre acessibilidade.

EM TEMPO: Estou conhecendo o MapMyDay. Acho que vou participar também.

santamariense, você pode fazer como preferir. Na verdade, eles estão pedindo algo mais simples do que as pessoas gastarem com telefone. Eles estão pedindo a não-mapeadores para que usem a facílima app do Wheelmap em seus smartphones e marquem a acessibilidade de POIs que já estão no mapa. Isso é muito fácil de fazer. Eu vim à comunidade de mapeadores porque tendo feito testes iniciais na app e verificado que as edições realizadas com aquela app geram demandas de ajustes na etiquetação.

Porém, santamariense, a gente não muda as pessoas; principalmente a respeito de algo de proporções tão grandes como é essa cultura da bajulação que impera e é expandida nas redes sociais. Particularmente, eu penso que seja melhor mesmo deixar cada um com sua consciência ou “jeito”, e abrir-se a elas como elas sabem viver. Veja a seção “Redes sociais” que há no update da minha postagem inicial. Eu não uso Twitter ou Facebook pessoais. Nos primórdios, eu tive um Orkut, mas deu-me nojo o novo conceito do networking, então fechei a conta.

O lamentável mesmo é perceber que o brasileiro médio é movido por coisas que não mexam negativamente no bolso dele e coisas que lhe deem um retorno financeiro (mexam de forma positiva). Mas isso é cultural. Não significa que é bom. Muitos são escravos dessa mentalidade sem ter grande culpa.

Por outro lado, depois de tudo, é preciso lembrar: “querer fazer” algo a mais não nos garante a possibilidade de fazê-lo, como afirmam alguns otimistas. Na realidade, todo o sistema econômico sabota a mera doação.

Na verdade já tive o oportunidade de utilizar o App do WheelMap e fazer modificações no mapa por ele e online também. É importante mostrar a gama de utilidades que tem o OpenStreetMap, falando no linguajar de cada um. A gente mostra pro ciclista as faixas de ciclistas em mapa, pra cadeirante os locais acessíveis, pras empresas de entrega os mapas da OSM em aparelho GPS/Android/…, Para um morador o seu bairro no mapa do OSM, para um jornalista maneiras de acoplar mapas interativos na sua notícia e por aí vai. Acho que este é o caminho, mostrar as várias coisas que se dá para fazer com os dados abertos do OSM.