Propostas para classificação de vias

Pra mim está ótimo. Não é o ideal, mas com as tags e renderizações que temos disponíveis, está bom. Já comecei a reclassificar as estradas do RN.

Como o fórum alemão é uns dos mais ativos eu acho que é um lugar bom para apresentar o fluxograma.
http://forum.openstreetmap.org/viewforum.php?id=14
Eu acho que muitas pessoas falam inglês no fórum alemão. Assim vc pode escrever em inglês.

Achei mais uma palavra que não esta traduzido de forma ótima:
No motorway é melhor falar de Grünstreifen em vez de Mittelstreifen.

E talvez melhor escrever Fußgänger oft auf der Fahrbahn em vez de Fußgänger oft im Weg.
O termo im Weg sein se usa para falar p.ex. vc esta no meu caminho (tipo sai da minha frente vc esta me atrapalhando).

Vc tem que mencionar que o fluxograma é para a realidade brasileira tb como o teritiary esta usado de forma diferente no DACH (Deutschland, Austria, Schweiz).

Ficou muito bom.

Esse fórum deveria ter um botão “Curtir”. :stuck_out_tongue:

A perfeição é difícil, mas que bom que você gostou. Logo eu também vou começar a fazer o mesmo nas rodovias do RS, por enquanto eu estava só classificando a área urbana da capital (terminei há pouco).

Me dei conta hoje (e confirmei agora) que as caixas que referenciam a largura da via estão com valores incorretos.

Segundo o documento do DNIT sobre projeto de rodovias, 6 m é a largura da “pista” (e não da “faixa”) em rodovias classe II. Como a pista inclui 2 faixas, a “largura de 1 carro” deveria ser 3 m e não 6 m como está agora.

Deveria mover as várias propostas de classificação para outra página e deixar apenas uma (esta última que discutimos) nela.
Assim evita dúvidas e escolhas incorretas.

Mesma versão, apenas com as 2 larguras em metros corrigidas (e algumas novas traduções em alemão):

Dei uma pesquisada de novo mas acho que seria Mittelstreifen mesmo. Talvez haja um pouco de confusão por causa da palavra “canteiro”, até fui pesquisar para ter certeza. Aqui no Brasil, se chama de “canteiro central” mesmo que não exista grama ou plantas separando as pistas, um guardrail já é suficiente. Seria o equivalente ao inglês “central reservation”, então acho que seria Mittelstreifen mesmo (http://de.wikipedia.org/wiki/Stra%C3%9Fenquerschnitt#Trennstreifen).

Streifen no transito normalmente está usado como:

  1. pista p.ex. Pannenstreifen é aquela pista no lado direito num motorway que esta reservado para veículos com defeito (para eles poderem parar lá). Fahrstreifen é outro ex.
  2. faixa (no sentido de linha pintata no chão) – aquelas líneas no chão que separam uma pista da outra.
    Numa pista de mão e contramão o Mittelstreifen separa estas (mão e contamão).
    Num motorway precisa de uma separação que é mais que uma faixa. Pode ser um tipo de grade baixa p.ex. (Leitplanken).
    O termo que sé usa muito é “Straße mit baulich getrennten Fahrtrichtungen”. No wiki alemão está escrito Grünstreifen tb – por isto eu pus. Em contraste em outro parte do wiki fala que isto não é 100% necessário (baulich getrennte Fahrtrichtungen).
    Assim Mittelstreifen não esta 100% claro se vc quer falar de uma linha pintada só (que é o uso primario quando fala de Mittelstreifen) ou se vc quer falar de uma coisa que separa as pistas mais do que uma linha pintada ou seja uma linha dupla no meio que existe na Austra tb.

Mas de toda forma eu não sou tão expert em classificação de highways, e agora já anda no fórum alemão tb. Lá tem pessoal com mais experiência em isso do que eu.

Entendo. Se Mittelstreifen também se usaria para a linha pintada então estaria de fato incorreto. Você acha que Grünstreifen serviria para quando a única separação entre a mão que vai e a que vem é um guard-rail? Talvez “baulich getrennte Fahrtrichtungen” seja o termo que procuramos, já que representa uma barreira física entre as duas mãos.

Bem, no fórum alemão, até o momento, apenas 2 pessoas se manifestaram. Uma disse que classificar baseado na estrutura é um erro e argumentou que a classificação é feita pela importância, mas não disse quais os critérios usados para defini-la. A outra sugeriu que as entradas do fluxo fossem mais fáceis de identificar (e eu acabei propondo esse layout: http://i.imgur.com/pFCApOT.png)). Também concordou que cada país tem as suas necessidades, mas apontou que na Europa a classificação é feita pelo nível administrativo das rodovias (ex.: nacional, regional, etc.) e que uma via terciária pode ser asfaltada ou não por lá.

Pelo visto opiniões bastante divergentes sobre esse assunto existem em todos os países.

Repassando mais uma opinião vinda da comunidade alemã: “track” deveria ser usado somente em vias agrícolas e florestais.

Em paralelo, a comunidade uruguaia começou a discutir a classificação por lá. Bem, na verdade é uma discussão de 1 pessoa só no momento: ninguém respondeu à proposta, então a pessoa resolveu reclassificar todas as rodovias (e terminou em 3 dias).

No caso do acostamento, o que aconteceu foi que o Anel tinha 2 faixas. A terceira faixa foi criada reduzindo o espaço de acostamento. Ou seja, a terceira faixa é um ex-acostamento. Acho que são casos muito peculiares e difíceis de prever em um fluxograma.

No caso da redução da velocidade, ele se deu porque há um trânsito intenso de carretas no Anel. No trecho em que há uma descida prolongada e forte muitos motoristas não descem engrenados (a famosa bangela) causando graves acidentes. Por isto a velocidade na descida é de 70 ou 60 km/h.

Eu penso que o fluxograma deva servir de primeira orientação para o mapeamento de vias novas, ou para a reclassificação no caso de vias que estão muito fora do esquema proposto.

Uma vez classificado, uma nova classificação somente deveria ocorrer se houver alguma mudança substancial na via (por exemplo, era simples e foi duplicada, ou era de terra e foi pavimentada). Ou se tiver um erro muito claro, por exemplo uma via duplicada marcada como residential.

Casos limítrofes, onde há dúvidas onde exatamente encaixar uma via deveriam ser debatidos neste forum em tópicos específicos. Especialmente via importantes como a BR101. Elas não deveriam ser decididas isoladamente por um único mapeador.

Senão o que vai acontecer é que vem um mapeador e acha que ter que ser de um jeito. Algum tempo vem outro e acha que tem que ser diferente. Possivelmente, com fluxograma e tudo, ambos tenham sua dose de razão. É neste ponto que precisa haver um pouco de debate.

É o que acontece com o Anel de BH. Talvez ele não cumpre estritamente todos os requisistos do fluxograma para ser motorway (neste momento), mas ainda não seria o caso de ser rebaixado para trunk. As razões seriam várias, dentre elas o crescimento urbano que se deu no entorno do Anel (uma das causas da redução de velocidade) e sua importância estratégica para o escoamento do tráfego em BH (que motivou a conversão do acostamento em terceira faixa).

Então minha sugestão, no estilo fluxograma seria algo assim:

A via existe? Não: classifique usando o fluxograma
Sim: tá muito fora do fluxograma? Não: então deixe quieto. Sim: é uma via importante? Sim: proponha o debate no forum. Não: deixa quieto.

É exatamente a “guerra de edições” que eu quero evitar. Você quer evitá-la desencorajando as possíveis correções, eu prefiro evitá-la fazendo correções coerentes e apoiadas na opinião geral. Por um lado, não gostaria de saber, depois de meses ou anos colaborando, que a forma com que eu classifiquei centenas de vias estava “diferente da opinião geral” e que vou ter que fazer tudo de novo (ou que outra pessoa terá). Por outro lado, não gostaria também que outros estivessem fazendo cada um à sua maneira. (“Não gostaria” é um eufemismo, eu na verdade “detestaria”, acharia uma burrice coletiva.) Mais do que isso (e acho isso importante para a boa convivência) é que, se eu cometer um erro, gostaria de ouvir bons argumentos que me explicassem o tal do erro. Não ia me sentir xingado ou inferiorizado, ia agradecer a orientação e passar a fazer da forma certa. Tendo aprendido, gostaria de poder ter esses bons argumentos ao corrigir um iniciante, até para ele não achar que minha “correção” não passa de uma “opinião”. Sem isso, qualquer “correção” ou “discussão” vira uma briga de egos.

Acho que fazer o fluxograma foi exatamente concordar sobre o que é importante e onde estão os limites, só então se pode afirmar se algo é limítrofe ou não. Não de um ponto de vista individual, e não com conceitos vagos que cada um interpreta de um jeito. Houve muita “discussão” às vezes beirando a briga, mas cada um aparou uma aresta e por isso acho que chegamos a algo bastante sólido (ou pelo menos “menos pior” do que as suas alternativas) e que todos podem usar como guia. O fluxograma não é uma obra de arte de uma pessoa só (fui eu que editei, mas peguei idéias de todos; compare a primeira e a última versão pra ver quanta coisa mudou). Todo o mundo cedeu um pouco.

Bem, apesar de você ter apoiado bastante a classificação por características estruturais, a sua visão de importância certamente prioriza “densidade urbana local” e “importância estratégica” nesse caso. A minha certamente prioriza “velocidade” e “segurança” em todos os casos. Nenhuma visão é mais certa que a outra, somos pessoas diferentes com objetivos diferentes e nossos objetivos são certos para cada um de nós separadamente. Já os europeus pensam que a “importância” tem a ver com o nível político-hierárquico responsável pela via (basicamente, quem é o “gestor” da via). Um senhor de idade poderia pensar que o importante é a via ter serviço de emergência. Um turista poderia pensar que o importante é a via ser bem sinalizada e não ter buracos. Sabe-se-lá-quem poderia achar que o importante é a paisagem ser bonita. Cada um pensa de um jeito. Mas se estamos fazendo o mesmo mapa juntos, não podemos cada um querer impor o próprio modo, cada um tem que ceder um pouco. Senão a tendência é perder tempo com detalhes e no fim não aproveitar as principais vantagens de um projeto colaborativo.

Eu também priorizo a “objetividade” e prefiro características facilmente mensuráveis, com pouca margem para dúvida, indiscutíveis, quando possível genéricas e universais. Acho meio complicado ficar medindo a “densidade urbana” para cada caso, e não faço nem idéia de como medir a “importância estratégica” no entendimento geral. Sem uma medida mais concreta, esse senso de “importância estratégica” é apenas uma opinião pessoal que também varia para cada pessoa. Pior é quando cada pessoa está absolutamente certa de um nível de importância diferente, aí sim é a receita perfeita para uma guerra de argumentos. Se for necessário estudar a via a fundo para definir essa importância, então o trabalho de classificação será muito mais difícil. Se for assim, receio que nenhum iniciante vai se aventurar a consertar classificações por aí (o trabalho vai todo sobrar para nós, “experts”), ou o recém-chegado vai logo abandonar o projeto pensando que somos uma comunidade fragmentada, com opiniões conflitantes e incapaz de guiar alguém com vontade de ajudar.

Bem, quanto é “muito fora”? Acho que qualquer um pode argumentar qualquer coisa: uns dirão que “trunk” e “primary” são muito próximas, outros dirão que são significativamente diferentes. O fluxograma deixa bem claro quão fora está da expectativa geral da comunidade.

Quando eu comecei a ver o estado do mapa na minha região, a classificação não fazia sentido nenhum dentro da cidade, e era um tanto incosistente fora. Alguém decidiu usar “motorway” para vias que não tinham canteiro central, e a principal via, de alta velocidade e muito ampla, estava como “primary”. Grandes avenidas próximas da minha casa e do centro da cidade estavam todas como “residential”. Estava uma bagunça.

Acho que o fluxograma serve para dar “segurança” ao atribuir uma classificação. Pelo menos, agora eu tenho a forte convicção de que “a comunidade pensa assim” quando eu decido mudar aquela estrada de chão que leva pro meio do nada de “primária” para “terciária”, ou quando eu mudo uma grande avenida que passa no meio do bairro de “residencial” para “secundária”. São grandes saltos e são muitos por fazer. Antes o que eu tinha era “eu acho que o wiki quis dizer isso”. Era o meu “achismo” que poderia ser mudado pelo “achismo” de outra pessoa no dia seguinte. Quem seria eu para desfazer o que o outro fez desfazendo o que eu tinha feito? E se eu tivesse que fazer isso várias vezes, pelo menos uma para cada iniciante que se aventurasse a mudar classificações? E se eu tivesse tirado umas férias e quando eu voltasse de repente tudo estivesse “errado” porque alguém resolveu classificar à sua vontade? Sob que justificativa eu poderia afirmar que a pessoa cometeu um “erro” e então, tão solenemente, reverter os changesets? E o que me garante que a classificação atual está correta? Minha primeira impressão (como já disse) é que estava incorreta com bastante frequência, pelo menos por aqui.

Acho que se o fluxo de decisão é fácil de entender e tem o mínimo possível de objeções da comunidade, os colaboradores deveriam ser estimulados a aplicá-lo ao reconhecer uma divergência não-justificada (ou mal-justificada) ao invés de estimulados a deixar o problema passar porque têm dúvidas sobre se devem ou como devem consertar o problema. A experiência que eu tenho desde que comecei no OSM é que muitos iniciantes com idéias diferentes passaram pela minha região sem pedir orientações na lista. Talvez se esse fluxo estivesse no wiki antes, isso não teria acontecido, ou teria acontecido menos. Talvez houvesse mais gente colaborando porque mais iniciantes teriam continuado mapeando ao sentirem confiança no que estavam fazendo.

Mudando um pouco de assunto, mas já que um consenso foi obtido, não deveríamos deixar apenas essa classificação final na wiki? (movendo as antigas para outra página histórica, a fim de evitar possíveis interpretações erradas)

Eu espero que um consenso tenha sido obtido (no mínimo uma “minimização de divergências” dentro do possível). Mas como eu sinto que nem todos ficaram satisfeitos, também acho que o mais justo seria escrever junto à classificação adotada uma seção resumindo os prós e contras de cada “grande tipo” de classificação proposto. As pessoas precisam saber que não foi uma decisão autoritária nem arbitrária, e no futuro alguém pode querer reabrir o debate, então é bom ter o contexto facilmente acessível para evitar bater nos pontos que já foram muito discutidos.

Precisamos mudar algumas coisas no wiki em inglês também que foram copiadas do wiki em português.

Se quiser começar a alterar eu te ajudo a revisar. Eu ia remover a minha classificação antiga (que eu marquei como “obsoleta”) assim que tivesse algum tempo para isso. Tem algumas informações úteis lá dentro que seria melhor passar para outros lugares.

Prezado Fernando

Eu vi mais concordâncias do que discordâncias em nossas opiniões. Talvez a maior diferença é eu não penso no fluxograma como algo gravado em pedra. Veja, a base de mapeadores no Brasil é muito rarefeita. Muitos de nós, por necessidade, acabam mapeando muito em lugares onde nunca estivemos. Neste caso um esquema de classificação objetivo e prático é essencial. O fluxograma que você tem montando com tanto trabalho e paciência é crucial para todos nós e resoverá muitos problemas. Mas é inevitável também que trará seus próprios problemas.

Agora, um dos pilares do OSM é o local knowledge, que é onde nós nos distinguimos dos outros mapas e bases de dados. Pessoas do local que conhecem a dinâmica e a história de sua cidade e tem um olhar privilegiado sobre fotos de satélite em baixa resolução, GPS tracklogs aproximados e dados do IBGE. Eu penso que são estas pessoas (quando as há) que deveriam ter a palavra final sobre qualquer classificação. Se estas pessoas concluirem que o fluxograma não atende 100%, então se registra a razão em um note= e respeita-se a opinião local.

Sim, eu defendi fortemente, e defendo, priorizar a categorização por critérios objetivos em especial pelo formato da rodovia. Em especial pela observação de que muitos de nós mapeamos longe de casa. Agora, havendo mapeadores do local, eu penso que o entendimento deles toma prioridade sobre a opinião de mapeadores externos. Também para estes o fluxograma é uma peça essencial, mas não pode se transformar em uma camisa de força porque eles vão ter informações importantes que não podem ser previstas ou incorporadas num fluxograma.

É aqui que eu vejo um grande valor deste forum. Feito uma primeira classificação, se ainda houverem dúvidas, abre-se um tópico e fazemos um debate, de preferência envolvendo pessoas da região. Aí trataremos das exceções ao fluxograma e poderemos fatorizar o ítem subjetivo de importância da via por quaisquer critérios que se façam necessários. Em especial naqueles casos onde o usuário poderia ser induzido ao erro.

O que eu penso que precisa ser feito é dizer o seguinte: aplique o fluxograma, na dúvida, pergunte.

um grande abraço

Gerald

Ah bom, então concordamos em todos os aspectos. :smiley: Concordamos tanto que o fluxograma é uma base segura, quanto que ele não resolve tudo. Eu só tomaria cuidado com a abertura para a “opinião local”, ela tem que ser feita com muito bom senso. Ao aplicar a “opinião local”, deve-se tentar ter certeza de que ela vai além da “opinião pessoal”. Quem estiver mapeando tem que pensar se outras pessoas da comunidade compartilhariam da mesma opinião. Se ficar na dúvida, é preferível que siga o fluxograma. Se achar que ele não atende bem ao caso, daí que pergunte à comunidade, e, recebendo o feedback, anote-o na tag “note” (inclusive dizendo que foi sugestão da comunidade). Se não quiser fazer nenhum dos dois, então que pelo menos explique a razão na tag “note”. Acho que assim o processo vai fluir bem para todos.

Qual é o link da versão final do fluxograma?

É para ser esse: http://wiki.openstreetmap.org/wiki/File:Br-classification-flowchart-pt.png

Pessoal,

Como classificar vias do tipo ferry que permitem a travessia de veículos para que o roteamento (carros) funcione?

Já vi casos em que são primeiramente highway=* com adição da tag route=ferry. Estes estão OK, são roteáveis. Mas há outros como a balsa Careiro da Várzea-Manaus classificada apenas com route=ferry, embora seja um caminho natural para veículos naquela região. Essa classificação não permite inferir automaticamente se carros podem passar ou não. Em troca de mensagens com o autor do conversor osm2mp.pl, ele afirmou que têm havido discussões sobre isso lá (não sei exatamente onde é esse lá para ele…) e classificações do tipo apenas route=ferry são consideradas lixo.

Obrigado,
– Fidelis