Estrutura de Brasília/DF

Esse seria o ideal. Você já testou se place=quarter é suportado pelo Nominatim e pelo Mapnik?

Não é verdade. Para importal algo para o OSM, a coisa precisa estar em domínio público, ou precisamos de uma autorização específica. O único tipo de informação que se pode assumir ser de dominio público são leis (a propósito, que tipo de dados úteis ao OSM existem na lei além de limites de unidades de conservação e terras indígenas?)

No rodapé do site da SADHAB, tem um iconezinho CC-NC-ND. No OSM, não temos como nos assegurar de que a atribuição (via página de colaboradores na wiki) está de acordo com as expectativas do originador dos dados; não podemos garantir que não haverá uso comericial; e não podemos garantir que não haverá derivativos dos dados originais. Portanto a gente violaria todos os três pontos básicos da licença CC-NC-ND.

É bom acrescentar também que há um desentendimento geral sobre o termo domínio público. Uma obra estar em “domínio público” significa que absolutamente nenhum tipo de direito autoral se aplica a ela. Por exemplo, a afirmaçÃo do IBGE de que os dados em seu website “estão em domínio público desde que dada atribuição de autoria” é contraditória. (Isso só não é razão para sair revertendo tudo que veio do IBGE porque eles sabem explicitamente que estamos usando seus dados, e parecem estar de acordo.) Portanto, se você pretende importar dados que supostamente estão em “domínio público”, certifique-se primeiro que o dono dos dados sabe o que “domínio público” significa.

O Augusto tem razão. Mas não vamos descartar algumas possibilidades:

  1. Transcrever um mapa manualmente olhando outro mapa (sem usar como fundo no JOSM) não é proibido (justamente porque você vai estar perdendo a exatidão).
  2. Ainda dá pra pedir uma autorização explícita do SedHab para uso no OSM, explicando que os dados podem ser usados com fins comerciais (então, ressaltando que isso contraria a licença CC), e oferecendo a possibilidade de dar crédito a eles indicando na tag “source” que a informação veio deles. É importante explicar como um usuário final faria para descobrir a origem de um dado que veio deles, e se assegurar que eles digam que estão de acordo com a forma de fazer isso (descobrir a origem dos dados).

Linhares, eu não quis uma discussão, apenas a informação.

Fernando Trebien, usar dados e traços coletados, Bing por baixo, Google Maps em outra aba, e inteligência, vai oferecer uma resultado tão perfeito que a Google ganharia com certeza, se reclamasse. Sabemos que atualmente “o mapeamento perfeito” é aquele feito em cima das mais novas imagens ampliadas do Google, é ou não é?!

Se por “perfeito” você quer dizer “com menos distorções” e “menos distância da posição real das coisas”, de fato o Google tem as melhores imagens. Mas nesse quesito o Bing está quase tão bom quanto o Google em quase todo o mapa - bom o bastante para o que queremos fazer, com raras exceções (principalmente no interior). Aquilo em que o Bing perde bastante é em definição da imagem.

Uma forma simples de comparar o alinhamento dos dois sistemas: no JOSM, coloque um ponto num lugar notável no mapa (no meio de um cruzamento, ou na ponta do retângulo de uma casa, algo assim). Daí vá em View > Advanced Info (Ctrl+I), copie as coordenadas na linha que diz “Coordinates:” e cole-as no Google Maps. Se cair no mesmo lugar (o mesmo cruzamento ou a ponta da casa), é porque as imagens estão bem alinhadas na região. Faça isso 3 vezes em pontos mais ou menos extremos de uma mesma quadrícula e você pode ter certeza quase absoluta que as duas imagens têm pouco erro/distorção/deslocamento (tudo combinado). Até hoje, não achei uma quadrícula em que esse teste desse uma diferença muito grosseira, geralmente está em torno de uns 6-8m (e isso é o erro combinado dos dois mapas, então provavelmente o erro do Bing é menor que isso).

Todas as imagens de satélite passam por um processo chamado “ortorretificação”. Esse processo faz uma foto tirada de lado (de um satélite que não esteja bem em cima do lugar) parecer que foi tirada de cima, e pra isso é necessário conhecer a altitude de cada ponto do relevo. Daí, com uma regra trigonométrica relativamente simples (e mais umas mágicas matemáticas), você consegue consertar a imagem. O problema é que o mapa de altitude não é exato e varia de uma empresa pra outra. O resultado ainda é bastante preciso, mas tem distorções. Só que cada empresa tem 1 mapa de relevo diferente e 1 método de consertar a foto diferente. Ou seja, cada uma produz suas próprias distorções, uma espécie de impressão digital embutida na imagem.

Daí quando você traça o mapa sobre uma imagem, você então copia essas distorções para a geometria. Numa contestação jurídica, é justamente essas distorções que um perito procura para provar que houve cópia.

Se você traçar sobre o Bing, mesmo que esteja vendo umas coisas a mais na imagem do Google Maps, você vai estar copiando as distorções do Bing. Não é proibido olhar pro Google Maps e “ter idéias a partir dele”. Afinal, pra você mapear algo, você precisa interpretar, da sua forma particular e subjetiva, aquilo que a imagem contém. O Google não te dá essa interpretação, portanto o que você mapear não é obra do Google. Também é muito difícil argumentar que seja obra “derivada”, ninguém definiu o que é “derivado” em cartografia, exceto em casos onde se pode mostrar que os dados foram convertidos ou processados de maneira uniforme, algorítmica, ou transcritos à mão (de uma forma já interpretada/vetorial) sem modificações.

Um problema maior acontece se você começar a copiar metadados visíveis (nomes de ruas, de bairros e de pontos de interesse). Quando o metadado está correto, é impossível provar que houve cópia (duas fontes corretas serão iguais). A prova vem quando você junta várias situações em que erros foram copiados.

Junte a isto o fato de que a camada vetorial do Google Maps (que tem ruas e nomes de coisas) tem muitos erros. Acaba sendo pouco desejável copiarmos se queremos um mapa livre de erros.